21 de junho de 2017

Inep divulga dados inéditos sobre fluxo escolar na educação básica

Os indicadores de fluxo escolar na educação básica foram divulgados, pela primeira vez, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Ministério da Educação com base em uma metodologia de acompanhamento longitudinal da trajetória dos estudantes. Os números inéditos representam um grande avanço no monitoramento da educação e na condução das políticas públicas e só são possíveis a partir da metodologia de coleta de dados individualizados, adotada pelo Censo Escolar desde 2007, e que permitiram um acompanhamento do estudante ao longo de sua trajetória escola. Uma das principais contribuições é a possibilidade de acompanhar os indicadores de todo o território nacional.
Os números de evasão escolar e migração do ensino regular para a educação de jovens e adultos (EJA), inéditos, e os de promoção e repetência, avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos. Esses indicadores, referentes ao período de 2007 a 2015, foram revelados nesta terça-feira, 20, durante o “Seminário 10 Anos de Metodologia de Coleta de Dados Individualizada dos Censos Educacionais”, que celebra uma década da metodologia da pesquisa. A conferência com apresentação dos dados de fluxo escolar foi transmitida pelo portal do MEC. Nesta quarta-feira, 21, o Inep reapresentará os Indicadores de Trajetória do Discente da Educação Superior, divulgados no Censo da Educação Superior 2015, além de divulgar dados inéditos sobre a remuneração média dos docentes da Educação Básica.
Resultados – Os novos dados revelam que 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª série do Ensino Médio, respectivamente, evadiram da escola de acordo com o Censo Escolar entre os anos de 2014 e 2015. O 9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7%, seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,8%. Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11,2% do total de alunos nessa etapa de ensino.
A série histórica revela, em todas as etapas de ensino, uma queda progressiva na evasão escolar de 2007 a 2013, mas o comportamento se altera em 2014, quando as taxas aumentam. A evasão é maior nas escolas rurais, em todas as etapas de ensino. O Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas de ensino, chegando a 16% no ensino médio.
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,4%.
Já os indicadores de promoção e repetência não são inéditos, mas pela primeira vez serão divulgados com detalhamento para todo o território nacional. Será possível, por exemplo, observar as taxas de cada UF e município. Entre 2014 e 2015, a repetência na 1ª série do ensino médio chega a 15,3%. O índice também é alto no 6º ano do ensino fundamental, com taxas de 14,4% de repetência.
Rendimento X Fluxo Escolar – Os indicadores de rendimento se referem à situação final do aluno ao final de um período levita declarada no Censo Escolar, podendo o mesmo ser aprovado, reprovados ou ter abandonado a escola durante aquele ano letivo. Já os indicadores de fluxo escolar avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos considerando os seguintes cenários possíveis: promoção, repetência, migração para EJA e evasão escolar.

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