31 de dezembro de 2016

Por que escrevo romances noir?


leonardo padura
Jornalista, escritor e diretor de cinema cubano. É autor de 19 livros, incluindo "O Homem que Amava os Cachorros" . Mora em Havana.
Escreve aos sábados,
a cada duas semanas.



Quando um jornalista me pergunta qual será o futuro de Cuba ou quanto Cuba vai mudar nos próximos anos, ou, na versão mais recente, como será Cuba sem Fidel, lamento o estado de calamidade de um jornalismo (ou será o de apenas alguns jornalistas?) que toma os escritores por adivinhos e procura resolver sua missão do modo mais pedestre.
O curioso é que perguntas desse tipo se repetem com frequência alarmante nas muitas entrevistas que dou por ano, há vários anos, e, embora a realidade cubana tenha demonstrado seus altos graus de previsibilidade e imprevisibilidade (tudo ao mesmo tempo) e eu, minha incapacidade de vislumbrar o futuro, a persistência da interrogação demonstra que para esses jornalistas importa mais o que um escritor possa especular do que o que escreve.
Renata Borges/Renata Borges/Editoria de Arte/Folhapress
Por isso chego a me sentir feliz e realizado quando um jornalista me pergunta por que escrevo romances noir. Algo tão simples e preciso, mas tão fundamentado em uma evidência –oito romances– e em uma singularidade –que apenas eu posso explicar por que escrevo de uma forma e não de outra, um assunto e não outro.
O romance noir, ou policial, ou detetivesco, é há décadas um gênero ou tipo de literatura considerado popular e menor. Cultura de massas. Nas últimas décadas, porém, até a academia mais rançosa e elitista vem sendo obrigada a aceitar sua pertinência e também a reconhecer sua qualidade artística. E não precisamente porque as academias sejam compreensivas e abertas, mas porque o romance noir ganhou um espaço literário e social no âmbito da cultura (e não apenas da de massas) da pós-modernidade.
Obras de grande valor estético e de aguda reflexão sobre uma realidade, criadas por autores de nomes adornados com prestígio, prêmios, sensibilidade literária e social contribuíram para a concretização desse processo. Umberto Eco e Leonardo Sciascia, na Itália; Rubem Fonseca, no Brasil; Manuel Vázquez Montalbán, na Espanha; Henning Mankell, na Suécia, Benjamin Black, na Irlanda, fazem parte de uma lista cada vez mais longa e poderosa de escritores que conquistaram todo ou parte de seu reconhecimento escrevendo romances policiais (ou quase policiais) e conferiram ao gênero qualidade literária, capacidade de penetração social e, com isso, respeitabilidade artística e cultural.
Para a maioria desses autores, o impulso que os levou a escrever romances policiais parte de duas condições: a grande capacidade que possui esse gênero de romance de expressar os mais diversos e obscuros conflitos de uma sociedade, e sua generosidade estética como forma de expressão aberta a todas as experimentações e todos os aprofundamentos literários possíveis.
O resultado de tais qualidades tem sido que, ao lado de uma novelística policial que continua apegada aos recursos fáceis da criação de um mistério atraente, foi se criando um corpo literário sólido e cada vez mais prestigioso, que participa ativa e às vezes decisivamente da criação de uma imagem próxima a das sociedades em que vivemos.
A recorrência a assuntos tão complexos e polissêmicos como a corrupção, o medo, a violência, o tráfico de drogas e pessoas, o crime organizado, a degradação da política (e dos políticos) e o jogo de influências, a prostituição e o proxenetismo, o comércio de armas, o crime de Estado e a marginalidade, entre outras realidades de peso crescente no mundo contemporâneo, vem permitindo ao romance policial não apenas participar do jogo social e alcançar qualidade literária, senão, também e sobretudo, converter-se em um dos recursos mais ágeis e eficazes para refletir a decadência de um mundo ou, pelo menos, suas dores mais agudas.
Por isso, quando me colocam na função de oráculo e me perguntam como será Cuba no futuro, sempre respondo que não sei. Apenas presumo que será algo diferente do que é hoje, pela simples questão de acreditar na dialética, no desenvolvimento, na evolução. Em contrapartida, quando me pressionam para falar de minha preferência pelo romance noir, lanço mão de todos os argumentos acima anotados e acrescento mais um: porque gosto de contar histórias que tenham princípio e fim, em que aconteçam coisas capazes de interessar ao leitor e nas quais, diante de tanta falta de justiça e verdade nas sociedades contemporâneas, haja um pouco de senso de justiça, algo que sempre é reconfortante.
Por isso escrevo romances policiais... e com certeza por isso, você, leitor, também lê romances policiais, inclusive nestes dias de festas com que encerramos um ano dramático e nos aproximamos de outro que pode ser terrível... Se bem que eu ainda não saiba como nem quanto!
Tradução de CLARA ALLAIN 

30 de dezembro de 2016

Editorial O Globo: Deficiência na Educação barra o desenvolvimento

30/12/2016



Não há país desenvolvido que não tenha passado por uma fase em que um grande contingente de jovens bens instruídos começou a entrar no mercado de trabalho. A partir desse momento, a produtividade da economia passou a crescer numa velocidade maior, subiu a renda da sociedade, ampliou-se o consumo, atraindo mais investimentos e, assim, instalou-se um círculo virtuoso alterando de forma estrutural o padrão de desenvolvimento do país.
O Brasil, por óbvio, não escapa à regra. A notícia ruim é que o país, outrora mais jovem que hoje e menos a cada dia que passa, tem sido inepto em educar a população e, assim, perde este chamado “bônus demográfico” de que várias sociedades se aproveitaram de forma competente.
O contingente da população entre 20 e 30 anos chegou a seu ponto máximo em 2010. E passou a decair inexoravelmente — tendência que está por trás da urgência da reforma na Previdência, retardada em excesso por leniência dos políticos. Afinal, haverá mais beneficiários do INSS do que contribuintes do sistema. Esta é a trajetória da insolvência. Outro indicador do envelhecimento médio da população é a proporção da faixa de 65 ou mais anos de idade em relação à população de até 14 anos: era 18,6% em 2000, estima-se que atingiu 36% este ano e chegará a 2030 em 76,3%.

Equação preocupante - Arte
Este fenômeno demográfico universal reduz os horizontes para o Brasil chegar ao estágio de país desenvolvido, porque o sistema educacional — inclusive o privado — não tem conseguido instruir jovens de forma que atendam às exigências do mercado de trabalho, em crescente sofisticação ditada pela revolução tecnológica.
O mais recente teste internacional Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), sigla em inglês, confirmou a má situação brasileira. Aplicado periodicamente entre alunos de 15 anos, de 70 países, o Brasil continua a ratear nas últimas colocações. Desta vez, somou 401 pontos, mais apenas que a República Dominicana, Argélia, Kosovo, Tunísia, Líbano e Peru.
Em relação ao Pisa anterior, os estudantes brasileiros caíram em Leitura e Matemática — na primeira disciplina, ficaram em 59ª colocação e, na segunda, 65ª. Em Ciência, o Brasil ficou estagnado em pouco mais que 400 pontos.
A comparação entre os rendimentos de escolas públicas e privadas mostra discrepâncias conhecidas: as particulares são melhores, mas não em relação às públicas federais. Porém, mesmo assim, o ensino privado sinaliza dificuldades. Seus estudantes obtiveram 477 pontos, tanto quanto os húngaros, situados no meio do ranking, 70ª posição.
O aspecto muito negativo destes resultados é que eles refletem a crise aguda do ensino médio brasileiro, a porta de saída do ensino básico para um curso superior, profissionalizante e/ou o mercado de trabalho. E a má preparação deste aluno não é novidade.
Estabeleceram-se metas para as fases do ensino básico, num projeto que objetiva colocar a média do rendimento dos alunos brasileiros, em 2020, no nível em que os países desenvolvidos congregados na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estão hoje. As metas têm sido atingidas na fase preliminar do básico. Mas esses avanços são perdidos no ensino médio.
O resultado dramático de tudo isso está refletido em gráficos acima: a elevada evasão no ensino médio tem retrocedido, mas os 12% da população entre 15 e 17 anos ainda fora da escola são um índice elevado. E infelizmente ainda há grande contingente de “nem-nem” (nem trabalham, nem estudam), entre jovens na faixa de 18 a 24 anos. A força de trabalho do país, portanto, não está sendo reposta como deveria. O quadro tem melhorado, porém não o suficiente para dar tranquilidade quanto ao futuro.
Justifica-se, então, a linha da reforma do ensino médio enviada ao Congresso por medida provisória, para se ganhar tempo. O Legislativo tem feito mudanças, e o projeto precisa tramitar, independentemente de incompreensões de fundo ideológico.
O desafio é que haveria ainda duas décadas para fechar-se de vez a janela do bônus demográfico — quando a proporção de idosos ultrapassará a de jovens. Dá a medida do tempo que falta para o país alcançar o desenvolvimento — condição hoje circunscrita a bolsões regionais e até mesmo urbanos. A corrida é para que não ocorra o pior: um país velho, sem ter ficado rico.
Os pontos-chave
1
Países precisam instruir a população jovem,
para atingir o nível pleno de desenvolvimento
2
E como as pessoas envelhecem, um fato
inexorável, não se tem todo o tempo para isso
3
A vantagem de se contar com muitos jovens, o “bônus demográfico”, acaba cedo ou tarde
4
Por esta razão, preocupa que o ensino médio continue com um rendimento muito baixo


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/deficiencia-na-educacao-barra-desenvolvimento-20709069#ixzz4UKTKsYag 
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La E-Integración de América Latina

Nuestros ciudadanos descubren en la pantalla de su teléfono o en las redes sociales un instrumento casi imprescindible para su vida en comunidad

Casi uno de cada cuatro latinoamericanos que tiene dificultades para obtener dos comidas diarias, posee un smartphone. No se trata de un comportamiento irracional, sino de una creciente demanda de conexión que encierra la esperanza de mejora de la situación social.
El libro “La Fractura. Pasado y presente de la búsqueda de equidad social en América Latina”, publicado recientemente por INTAL-BID y el Fondo de Cultura Económica describe en forma rigurosa esta realidad desangrante de América Latina, donde aún viven 175 millones de personas pobres y persisten desigualdades abismales en materia de ingresos y acceso a servicios.
Efectivamente, con un índice de Gini promedio de 0,49, América Latina es una de las regiones más desiguales del planeta, solo superada por África Subsahariana. En este contexto es válido preguntarse si las nuevas tecnologías representan un refuerzo en la lucha contra la inequidad social o si por el contrario no harán más que acrecentarla.
Y la respuesta en este caso no proviene de grandes teorías, sino de la misma percepción de nuestros ciudadanos, que descubren en la pantalla de su teléfono o en las redes sociales un instrumento casi imprescindible para su vida en comunidad.
El 24% de los ciudadanos cree que la innovación es un tema importante para el desarrollo
Dos factores fueron fundamentales para reducir la inequidad en la región en los últimos 15 años. Por un lado, los programas de transferencias condicionadas, que si bien cuestan menos de 1% del PBI, generaron importantes mejoras en el bienestar. Por otro lado, el incremento de ingresos como consecuencia del boom de los commodities, una factor que siembra dudas sobre la persistencia de los logros alcanzados cuando se revierte el ciclo económico.
Dar un nuevo salto de equidad implica pensar en una E-Integración, profundizando el camino trazado con políticas públicas que capaciten a las nuevas generaciones para el mundo laboral del mañana. Por qué no abrir el debate sobre programas de transferencias condicionadas de ingreso 2.0, que incluyan la educación digital? ¿Estamos preparados para un futuro que ya está entre nosotros? En América Latina, el 24% de los ciudadanos cree que la innovación es un tema importante para el desarrollo. El 48% de los encuestados aseguró que espera para los próximos 15 años un impacto positivo en el área del cuidado personal. Con un 45% de menciones le siguen cambio climático y creación de empleo como las opciones que concentran mayor expectativas.
Las industrias creativas, la economía circular, la telemedicina, la industria publicitaria, las tareas que requieren inteligencia emocional en mayor escala (como el acompañamiento de adultos mayores) y los servicios intensivos en conocimiento plantean un horizonte inclusivo que supera con creces la antigua alternativa de reactivar una economía haciendo pozos para volver a taparlos. Y todas ellas requieren al menos de cierto conocimiento de big data, nuevas tecnologías y comunicación moderna.
La E-Integración supone también diversificar exportaciones en sectores y destinos, con más valor agregado.
Los ciudadanos de países con mayor contenido tecnológico en sus ventas al exterior asignan una mayor importancia a la integración. En tanto que la valoración de la creatividad a nivel personal y la innovación alcanza un promedio regional de 9 puntos sobre un máximo de 10 (ver El ADN de la Integración regional).
Necesitamos generar empleos de calidad y revertir el estado de malestar por el que atraviesan muchas de nuestras sociedades: apenas dos de cada diez latinoamericanos considera que se gobierna para el bien común.
Las nuevas tecnologías pueden contribuir a reducir la brecha de inequidad o amplificarla. La creciente automatización y el uso de robots en los procesos productivos nos plantean un panorama desafiante. Pero entre el escepticismo extremo y la utopía tecnológica los latinoamericanos tenemos frente a nosotros el camino de la oportunidad.
Gustavo Beliz es director del Instituto para la Integración de América Latina y el Caribe (INTAL), dependiente del  Banco Interamericano de Desarrollo (BID)

Claudia Costín: Uma agenda para a Educação em 2017


Rivaldo Gomes/Folhapress
Escola estadual Antonio Vieira de Souza, em Guarulhos, na Grande São Paulo
Alunos assistem à aula na Escola Estadual Antonio Vieira de Souza, em Guarulhos, na Grande SP


Ao terminar o ano, vale a pena fazer um balanço do que realizamos e pensar no que falta fazer. Isso é particularmente importante em educação, que demanda uma agenda de longo prazo. O que fizermos hoje terá impacto nas próximas décadas, mas não será necessariamente sentido tão cedo.
O Brasil avançou em educação em algumas tarefas relevantes: colocamos as crianças nas escolas, criamos um sistema de financiamento da educação pública em que o dinheiro segue o aluno, um incentivo à frequência escolar, com o Bolsa Família, uma sistemática de avaliação externa de aprendizagem competente e, até 2012, fomos o país que mais avançou no Pisa em Matemática. Expandimos as vagas no ensino superior e criamos um sistema de admissão na universidade que permite que jovens possam ser admitidos em Estados diferentes dos seus de origem, sem precisar participar de uma maratona de exames de admissão.
Em 2016, tivemos também pontos a comemorar: iniciamos a elaboração da Base Nacional Comum Curricular, criamos o Marco Legal da Primeira Infância, um conjunto de programas voltados à promoção do desenvolvimento integral das crianças desde o nascimento até os seis anos, com abordagem intersetorial e ênfase em educação infantil. Conseguimos também, a despeito da descontinuidade institucional vivida pelo país, realizar o Enem, divulgar o Ideb e preservar muitos dos programas voltados à melhoria da educação no país.
Mas o fato que continua evidente é que a maior parte das realizações está associada a acesso ao ensino e não à aprendizagem. Nossas crianças e adolescentes, como vimos pelos dados do Pisa 2015, estão na escola, mas não estão aprendendo. Pior, estamos estagnados num patamar muito baixo de aprendizagem, enquanto outros países, aqui mesmo na América Latina, tiveram avanços rápidos e relevantes.
Fizemos, ao longo de duas décadas, tudo o que poderia ser feito de forma mais fácil. Agora cabe olhar o que faltou fazer. "Nenhum sistema é melhor que a qualidade de seus professores", disse Andreas Schleicher na divulgação dos resultados do Pisa 2015. E é aqui que reside o problema: temos feito ainda pouco para tornar a profissão atrativa, pagando melhores salários e apoiando o trabalho do professor, inclusive com materiais instrucionais adequados, associados a um bom currículo, formamos mal ao não tornar as licenciaturas mais profissionalizantes e ao realizar uma formação continuada não centrada no trabalho coletivo de cada escola ou creche.
A agenda de 2017 deve ser centrada exatamente nisso: formar e apoiar melhor o professor para um trabalho mais significativo. Sem isso, continuaremos patinando. 

28 de dezembro de 2016

Toddlers and Touchscreens: What Does the Research Actually Say? (Marnie Kaplan) by larrycuban


"Prior to joining Bellwether, Marnie [Kaplan] worked as a policy analyst at Success Academy Charter Schools, where she analyzed local, state, and federal education policies. Previously she worked as a program manager at the District of Columbia Public Schools, where she tracked and analyzed special education compliance, and as a Stoneleigh Emerging Leaders Fellow at the Education Law Center, where she proposed solutions to reform Pennsylvania’s alternative education system and improve the accountability of cyber charter schools. Marnie began her career as a middle school English and social studies teacher in New York City. She went on to earn her M.P.P. and J.D. from Georgetown University. While in graduate school, Marnie interned at the Department of Education Office of Civil Rights, the Lawyers Committee for Civil Rights Under Law, and the DC Public Schools' Urban Education Leaders Internship Program; taught street law to high school students; worked in a day care center; volunteered with 826DC; and served as a research assistant to the Georgetown Center on Poverty and Inequality. Marnie also holds a master’s in the science of teaching from Pace University and a bachelor’s degree from the University of Pennsylvania" (Bio taken from Bellwether staff descriptions)
This post appeared December 8, 2016 in Ahead of the Heard, A Bellwether blog.



toddler-with-iPad-300x150.jpg
You walk by an outdoor restaurant and see a toddler watching a movie on an iPad while his parents eat dinner. Your first thought is:
  • a) those parents deserve a break
  • b) screens don’t belong at meal time
  • c) is the video educational?
  • d) alert: bad parenting
Is there an app to help us decide how to respond? No. But a quorum of pediatricians might be able to help.
From 1999 till 2016, the American Academy of Pediatrics (AAP) discouraged the use of screen media by children under two (which might have led an informed passerby to loosely circle answer d while feeling slightly judgmental). But just last month, the AAP departed from its previous strict restriction on screen exposure for this age group.
There was a lot of media attention heralding the departure from the “no screens under two rule.” Some celebrated the beginning of the end of the “screen wars.” In reality, while the new guidelines offer a more nuanced view of screen exposure, the debate will likely rage on. Screens continue to pervade modern life so rapidly that research can’t keep up.
Let me fill in some background on why the AAP changed its recommendations. The “no screens before two” rule was first issued in 1999 as a response to interactive videos for infants such as Baby Einstein. Research showed these videos decreased children’s executive functioning and cognitive development. In October 2011, the AAP reaffirmed its original statement regarding infants and toddlers and media. The AAP’s statement cited three reasons: a lack of evidence on children learning from television or video before age two, studies showing a link between the amount of TV that toddlers watch and later attention problems, and studies pointing to how parents and playtime are affected by always-on TV. Since this statement was developed through  a lengthy internal review process, it was drafted before the iPad was first introduced to the market in April of 2010. So for the last five years, the strict restriction on screen time included touch screens even though the committee hadn’t evaluated the emerging research on this media.
In the intervening years, many doctors and scientists urged the AAP committee on children and media to revisit their recommendations and take a more balanced approach to media. In 2014, Dr. Michael Rich, the director of the Center on Media and Child Health at Boston Children’s Hospital, urged experts to base their recommendations on evidence-based decision making instead of values or opinions. He criticized pediatricians for focusing too much on negative effects and overlooking the positive effects of media on children. Later that year, Dr. Dimitri Christikas, director of the Center for Child Health, Behavior, and Development at University of Washington, suggested rethinking the guidelines to distinguish between TV and interactive screens. Dr. Christikas was one of the first researchers to determine that the time babies and toddlers spend in front of the TV was detrimental to their health and development. He posited that the time young children spend interacting with touch screens is more analogous to time playing with blocks than time passively watching a television. In 2015, a trio of pediatricians published an article offering further support for the idea that interactive media necessitated different guidelines than television. In the same article, they recognizing the need for further research and argued that doctors should emphasize the benefits of parents and children using interactive media together.
So what are a quorum of pediatricians saying in 2016?
The new AAP guidelines still set rather strict restrictions for children under eighteen months. The AAP recommends that infants and toddlers only be exposed to screens for the purpose of video chatting with family members. This squares with some emerging observational research but likely also displays pediatricians’ understanding of modern life. The new AAP guidelines say parents can introduce children between 18 and 24 months to education shows. For children between the ages of two and five, the AAP recommends a max of one hour per day of “high-quality programs,” which they define as PBS and Sesame Network.
But there remains a lot that pediatricians, neuroscientists, and developmental psychologists cannot say conclusively. How does a small child clamoring to watch videos of herself affect a child’s conception of self?  Does the sensory experience of interactive screens have negative effects on small children’s brains?
Scientists continue to approach the research regarding long-term effects of this exposure from different perspectives. In fact, earlier this month, at the annual meeting of the Society of Neuroscience, new research was presented which hinted at the possible detrimental effects of touch screens on young brains. Dr. Jan Marino Ramirez, from the Center for Integrative Brain Research at the Seattle Children’s Research Institute, presented new research which revealed that excessive exposure to sensory stimulation early in life had significant effects on the behavior and brain circuits of mice. The mice acted like they had attention deficit disorder (ADD), showed signs of learning problems, and engaged in risky behavior. Ramirez therefore recommends minimizing screen time for young children. In a recent interviewDr. Leah Krubitzer, an evolutionary neurobiologist at University of California, Davis, was less concerned about the detrimental impacts of screen time. She believes the benefits may outweigh the negative effects. Krubitzer argues that fast-moving interactive touch screens may prepare children for our increasingly fast-paced world.
So, parents of young children can now feel less guilty encouraging their toddlers to video chat with family across the country. And possibly we have a more clear answer for the scenario above (e.g., If the child is at least two years old, the appropriate response is c, at least for now).
larrycuban | December 28, 2016 

27 de dezembro de 2016

HABRÁ TRABAJO PARA TODOS?


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Esteban Valenti
Montevideo Portal
En vísperas de las fiestas conviene hablar de temas ligeros, inocuos. Falso. No hay recreo para la realidad, con o sin fuegos artificiales, o en vísperas de vacaciones hay que pensar. No pensar como yo pienso, en absoluto, simplemente pensar. En el futuro habrá cada vez menos empleos para los seres humanos en el planeta y, la población seguirá creciendo.

La revolución y la evolución tecnológica es implacable, se produce cada día más, mejor y con menos personal. El paradigma de esta nueva realidad son los robots productivos en todas las ramas, los autos sin chofer, son una variedad y el uso masivo de las nuevas tecnologías impactan todos en esa dirección. Inexorable.
A ello hay que agregarle los dramáticos cambios que se están produciendo en el mundo económico y productivo. Unos pocos ejemplos:
En 1998, Kodak tenía 170,000 empleados y vendía el 85% de todas las fotos impresas en papel del mundo. Pero en muy pocos años, su modelo de negocio desapareció, llevándolo a la quiebra. Lo que le pasó a Kodak le pasará a muchas industrias en los próximos 10 años.
Sin embargo, las cámaras digitales fueron inventadas en 1975. Las primeras tenían solo 10 megapixeles, pero siguieron la ley de Moore. Todas las tecnologías exponenciales, fueron una desilusión por un largo tiempo antes de que se convirtieran en muy superiores y fueron la tendencia principal en pocos años. Ahora esto pasará con la Inteligencia Artificial, en la salud, con los autos autónomos, la educación, la impresión 3D, la agricultura y esto tendrá un gran impacto en los puestos de trabajo. Bienvenido a la 4ta. Revolución Industrial. El software y la robótica cambiarán la mayoría de las industrias tradicionales en los próximos 5 a 10 años.
Uber es sólo una herramienta de software, no posee ningún vehículo, y ahora es la compañía de taxis más grande del mundo. Airbnb es ahora la compañía de hoteles más grande del mundo a pesar de no poseer ninguna propiedad.
Inteligencia Artificial: Las Computadoras serán exponencialmente mejores en entender al mundo. Este año, una computadora venció al mejor jugador mundial de Golf, 10 años antes de lo esperado. En los Estados Unidos los jóvenes abogados ya no consiguen trabajo. Porque en IBM Watson, se puede conseguir asesoramiento legal en segundos, con una exactitud del 90% comparado con una exactitud del 70% de los seres humanos. Así que, si estudias derecho, piénsalo muy bien. Habrá 90% menos abogados en el futuro, sólo quedarán los especialistas.
Watson ya está ayudando a los clínicos a diagnosticar cáncer, con 4 veces más exactitud que los médicos humanos. Facebook tiene ahora un software patrón de reconocimiento que puede reconocer caras mejor que los seres humanos. En el 2030, las computadoras serán más inteligentes que las personas.
El empleo por este camino se irá al diablo
El mercado laboral ha fracasado, como casi todos los demás. Ya no hay bastantes trabajos disponibles y los que quedan no sirven para pagar las cuentas familiares. ¿Y si el trabajo deja de la solución y pasa a ser el problema?
El trabajo en la mayoría de los países, es con mayor o menor énfasis es desde hace siglos, el rasgo definitorio que moldeó la cultura, el carácter de las sociedades. Trabajar bien, no faltar, ser puntuales, ser honestos, y superarse era valores fundamentales, no solo a nivel personal sino de las naciones.
Tomemos un ejemplo, los Estados Unidos, todos desde la izquierda hasta la derecha, desde Bernie Sanders hasta Donald Trump, pretenden solucionar el desmoronamiento del mercado laboral fomentando el “pleno empleo”, como si tener un trabajo fuera en sí mismo una cosa buena, sin tener en cuenta lo peligroso, exigente o degradante que pueda ser. No obstante, el “pleno empleo” no es lo que nos devolverá la fe en el trabajo duro el respeto a las normas o en todas esas cosas que suenan tan bien. Actualmente, la tasa de desempleo oficial en EE.UU. está por debajo del 6 %, muy cerca de lo que los economistas siempre han considerado “pleno empleo”, y sin embargo la desigualdad salarial sigue exactamente igual. Trabajos mal pagos para la mayoría no será la solución de los problemas sociales.
Y los números son implacables: en EE.UU. la primera potencia del mundo, más de un cuarto de los adultos actualmente empleados cobra salarios más bajos de lo que les permitiría superar el umbral oficial de la pobreza, y por este motivo un quinto de los niños estadounidenses viven sumidos en la pobreza. Casi la mitad de los adultos con trabajo en EE.UU. tiene derecho a recibir cupones de comida (el Programa Asistencial de Nutrición Suplementaria, SNAP por sus siglas en inglés, que proporciona ayuda a personas y familias de bajos ingresos, aunque la mayoría de las personas que tiene derecho no lo solicita). El mercado de trabajo está fracasando.
Los empleos que en todo el mundo desarrollado y en la mayoría de los países del sur que se evaporaron durante la crisis comenzada en el 2008, no volverán de la misma manera.
Los economistas de Oxford que estudian las tendencias laborales nos dicen que casi la mitad de los trabajos existentes, incluidos los que conllevan “tareas cognitivas no rutinarias” (pensar, básicamente) están en peligro de muerte como consecuencia de la informatización que tendrá lugar en los próximos 20 años. Estos argumentos no hacen más que profundizar las conclusiones a las que llegaron dos economistas del MIT en su libro Race Against the Machine (La carrera contra las máquinas), 2011. Mientras tanto, dos profesionales de Silicon Valley que dan charlas TED han comenzado a hablar de “excedentes humanos” como resultado del mismo proceso: la producción cibernética. Rise of the Robots (El alzamiento de los robots), 2016, un nuevo libro que cita estas mismas fuentes, es un libro de ciencias sociales, no de ciencia ficción.
Lo mismo dice un reciente informe de la OPP de Uruguay, que el 65% de los empleos actualmente existentes en el país, en un futuro relativamente cercano podrán ser sustituidos por software-robots.
Los cambios son tan profundos que deberíamos preguntarnos ¿Qué sucederá en un mundo donde el trabajo está en franco retroceso y que agudizará esta tendencia? ¿Qué hay del mundo del post-trabajo?
Incluso la pregunta debe ser más profunda. ¿Cómo sería nuestra sociedad y civilización si no tuviéramos que “ganarnos” la vida, si el ocio no fuera una opción, sino un modo de vida? ¿En qué emplearíamos el tiempo? Y la para la economía: ¿de dónde sacarían sus recursos los consumidores para comprar los bienes y servicios que se producirán más rápido, más barato y de una calidad uniforme y alta las nuevas tecnologías?
Y si no se resuelve esa última ecuación, el sacrosanto mercado no funciona, sin compradores, todo se paraliza.
¿Cómo se puede vivir sin un trabajo, es posible recibir un sueldo sin trabajar para obtenerlo? Para empezar, ¿es posible?, y lo que es más complicado, ¿es ético? Si te educaron en la creencia de que el trabajo es lo que determina tu valor en esta sociedad, como fuimos educados casi todos nosotros, ¿sentiríamos que hacemos trampas al recibir algo a cambio de nada?
Eso es a nivel social e individual, pero resta resolver un tema de fondo, aún para los más despiadados cultores de la libre competencia y el libre mercado la pregunta sobre los consumidores-compradores está directamente asociada a como les llegarán los recursos a las familias, aunque la plusvalía para el sector empresarial se puede disparar astronómicamente. Mientras vendan su producción…
Esa es hoy la fuerza principal de las sociedades, su capacidad de absorber la producción. El software y los robots y las diferentes aplicaciones, no comen, no se visten, no utilizan autos, no se curan, no viajan, etc. etc. etc.
La educación permanente, la cultural, la vida sana, el uso del tiempo libre, los deportes, la atención a los más débiles, y nuevas actividades que irán surgiendo asumirán cada día más un papel clave a nivel individual y social.
Por ello la renta nacional básica y obligatoria no puede hoy descartarse como un delirio. Como todas las revoluciones, la de las tecnologías comenzó a impactar de lleno no solo en las comunicaciones, en la reducción de los tiempos, en la globalización cultural, ahora le está llegando el tiempo al trabajo, sus efectos pueden ser realmente contradictorios y explosivos.
1) Con un aporte fundamental de James Livingston es profesor de Historia en la Universidad de Rutgers en Nueva Jersey. Es autor de varios libros, el último No More Work: Why Full Employment is a Bad Idea (2016)

Un argentino va por la dirección general del IICA

  • CostaRica Hoy, DICIEMBRE 27, 2016    | PATRICIA LEÓN-COTO 

  • ELECCIÓN DE UN ARGENTINO PERMITIRÍA AL GOBIERNO DE MACRI MEJORAR SU IMAGEN INTERNACIONAL
  • MINISTROS DE AGRICULTURA ELEGIRÁN AL SUCESOR DEL MEXICANO VÍCTOR VILLALOBOS EL PRÓXIMO AÑO
Manuel Otero aspira al máximo puesto ejecutivo del IICA.
Manuel Otero aspira al máximo puesto ejecutivo del IICA.
La cancillería argentina va tras la dirección general del Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA), agencia especializada con sede central en Costa Rica y oficinas en 35 países.
El Ministerio de Relaciones Exteriores de Argentina ya comunicó a sus embajadas en los 34 países miembros del IICA que Manuel Otero, un veterinario de 65 años y con una larga trayectoria en el Instituto, es su candidato a la dirección del organismo.
Según la prensa argentina, la elección de Otero ayudaría al gobierno de Mauricio Macri a mejorar su imagen internacional.  En la contienda por la secretaría general de Naciones Unidas -donde la costarricense Christina Figueres también fue candidata-, la canciller Susana Malcorra perdió frente al portugués Antonio Guterres, quien asumirá el cargo este 1 de enero.
Argentina tampoco tuvo éxito con una candidatura a la dirección de la Organización Internacional de Energía Atómica.
El influyente diario Clarín, aseguró hace pocos días que “el IICA no tiene el glamour ni el peso político de otros organismos, pero su sillón ayudará a la cancillería a disimular algunos tropiezos”.
Serán los ministros de agricultura del hemisferio los que elijan en octubre próximo al sustituto del mexicano Víctor Villalobos, quien está a cargo del organismo desde 2010.  Durante estos años, Villalobos ha impulsado un cambio en el modelo de cooperación del IICA, a fin de provocar mayor impacto y contribuir mejor a la transformación de la agricultura de los países.
La incorporación de los pequeños productores a los mercados es una prioridad para el IICA.
La incorporación de los pequeños productores a los mercados es una prioridad para el IICA.
Desde Coronado, y con el aporte de 292 expertos, se coordinan estrategias de cooperación técnica para 34 países.
Fundado hace 73 años, el Instituto es financiado por sus estados miembros, pero es hábil en captar recursos externos, lo que le permite tener en ejecución casi 200 iniciativas, con un presupuesto de 150 millones de dólares.
La Junta Interamericana de Agricultura sesionará en San José de Costa Rica el próximo año, y en los meses previos las cancillerías del hemisferio librarán una callada lucha por la dirección de esta agencia especializada del Sistema Interamericano.

Confianza en el papel de la agricultura

Manuel Otero dijo a CRhoy que le gustaría volver a residir en Costa Rica.  Aquí ha vivido en dos ocasiones.
“En Turrialba disfruté la belleza de vivir entre pájaros y árboles (1976 a 1978, en tiempos de la dictadura argentina)  y posteriormente 6 años en San José (1989 a1997). Cada vez que podía me escapaba a la playa y,  aún hoy,  no cambio nada por un atardecer en Flamingo. La asimilación al medio local fue tan grande que incorporé el ‘mae’ en mis frases”, comentó.
En el IICA ha desempeñado varias funciones; ha sido representante en Brasil y Uruguay, entre otros países, lo que le ha permitido “recorrer el hemisferio para percibir una agricultura profundamente heterogénea, rica y diversa”.
Rechaza el criterio de que el sector agropecuario es sinónimo de atraso o falta de progreso, o que aporta poco al resto de la economía.
Propone, en cambio, ver la agricultura y el medio rural como un sector dinámico, con vida, “donde están ocurriendo profundas transformaciones, que el conjunto de la sociedad debe ver, entender y apoyar”.
“Desde el IICA –afirmó- tenemos que promover un debate que nos permita acabar con falsos dilemas. Un caso típico es el de agricultura empresarial vs agricultura familiar. La primera debe profundizar su responsabilidad social y colaborar con los procesos de inserción de los pequeños productores en los mercados y en el desarrollo”.
Los hombres y las mujeres del campo –añadió- deben ser parte de la solución y no de los problemas “y beneficiarse de políticas específicas en las áreas de investigación, extensión, asociativismo, por dar solo algunos ejemplos”.
“Estos temas serán motivo de discusión en la próxima reunión ministerial a realizarse en Costa Rica, en octubre del año entrante, cuando llegará ‘la hora de la verdad’ con la elección de un nuevo Director General que guiará los destinos de este IICA que se proyecta a un nuevo milenio con bríos renovados y deseos de un nuevo posicionamiento”, agregó.
Por el momento, solo Argentina ha postulado una candidatura a la dirección general del IICA.