24 de novembro de 2016

Cresce o número de mortes violentas entre adultos jovens

OGlobo by Renato Grandelle  , 24/11/16

RIO — Na terceira idade, em todo o planeta, as mulheres costumam viver mais do que os homens. No Brasil, porém, a diferença na taxa de mortalidade na juventude entre os sexos é ainda maior.
O estudo “Estatísticas do Registro Civil 2015”, divulgado esta quinta-feira pelo IBGE, chama atenção para a elevada mortalidade dos homens no grupo de 20 a 24 anos de idade. Este fenômeno ocorre tanto em falecimentos naturais (ocasionado por causas biológicas) quanto por óbitos violentos (provocado por agentes externos, como acidentes de trânsito, afogamentos, suicídios e homicídios).

No caso de morte natural, um indivíduo do sexo masculino de 20 anos tem 2,2 vezes mais chances de não completar os 25 anos do que se fosse do sexo feminino.
Se considerarmos os óbitos por causas violentas, um homem de 20 anos teria 10,4 vezes mais chances de não chegar aos 25 anos do que uma mulher. Este índice se acentuou significativamente nos últimos anos.
Na última década, os grupos de 15 a 19 anos e 20 a 29 anos apresentaram aumento no índice de mortalidade masculina — a elevação foi, respectivamente, de 17,8% e 12,3%.
Há, no entanto, uma grande diferença entre as estatísticas regionais. A quantidade de óbitos por causas violentas tem diminuído em estados do Centro-Sul do país, como o Rio de Janeiro. No Norte e Nordeste, este percentual é cada vez maior. O registro do IBGE não classifica a natureza da morte — ou seja, não é possível dizer, por exemplo, o número de homicídios ou mortes de trânsito.
— Provavelmente a maior parte dos óbitos de homens entre 15 a 30 anos ocorre em acidentes de trânsito — avalia Fernando Albuquerque, gerente do Projeto Componentes Demográficas do IBGE. — Este índice está se estabilizando nas regiões Sul e Sudeste, onde há campanhas como a Lei Seca e fiscalização rígida à noite. As pessoas pensam duas veszes antes de beber. O Norte e o Nordeste, por outro lado, não contam com programas de prevenção. Em todos os casos, as mulheres se expõem menos a estes riscos.
Os homicídios também teriam um papel relevante na categoria das mortes violentas, principalmente devido à rápida urbanização e ao crescimento da população miserável.
De acordo com Albuquerque, o índice de mortes violentas só pode diminuir a partir de medidas como implementação de campanhas de trânsito e planejamento rigoroso ligado à expansão das cidades.


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