9 de julho de 2016

Adolescentes negros morrem quatro vezes mais que brancos em MT, aponta pesquisa


Da Redação - Patrícia Neves
Foto: negrobelchior.cartacapital.com.br
Adolescentes negros morrem quatro vezes mais que brancos em MT, aponta pesquisa
O número de assassinatos de adolescentes negros em Mato Grosso é quase quatro vezes maior do que o de execuções de brancos. Dados da pesquisa Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes no Brasil revela que em 2013 foram 54 execuções de jovens (16 e 17 anos) contra 11 de  brancos na mesma faixa etária.



A pesquisa aponta dados relativos a 2013 e aponta que no cenário brasileiro, as execuções de 2.737 adolescentes negros e outras 703, de brancos.

Segundo o pesquisador, sociólogo e coordenador do Mapa da Violência, Júlio Jacobo Waiselfisz, os homicídios de  crianças e adolescentes em particular, têm se convertido no calcanhar de Aquiles dos direitos humanos no país, por sua pesada incidência nos setores considerados vulneráveis ou de proteção específica.

No país, os dados revelam que crianças e adolescentes negros são vítimas de homicídio 178% mais do que brancos, considerando o tamanho das respectivas populações. Em 2013, no conjunto da população de até 17 anos de idade, a taxa de homicídios de brancos foi de 4,7 por 100 mil e a de negros, 13,1 por 100 mil.

A pesquisa Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes no Brasil revela que as armas de fogo estiveram presentes em 78,2% dos homicídios de crianças adolescentes de até 17 anos de idade em 2013.

O levantamento mostra ainda  que há um forte crescimento da participação das armas de fogo com o avanço da idade das vítimas. Durante o primeiro ano de vida, o instrumento causou 10,5% dos homicídios. O índice crescente atinge a marca de 84,1% aos 17 anos de idade.

Elaboração

O relatório  foi  elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e tem o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz -  responsável desde 1998 pela série Mapa da Violência - como autor do documento, produzido como subsídio interno encomendado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Secretaria de Direitos Humanos.

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