29 de junho de 2016

Educação 360 ilumina caminhos para o aprendizado na infância

Seminário no Museu do Amanhã reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros

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RIO- Antes relegado a segundo plano, o ensino infantil passou a ocupar o centro do debate não só na área da educação, mas em diversos setores preocupados em promover o desenvolvimento das nações. A importância dessa etapa para o sucesso do indivíduo e os rumos das políticas públicas sobre o tema foram discutidos ontem, durante o seminário “Educação 360 - Educação Infantil”, no Museu do Amanhã, promovido pelos jornais O GLOBO e “Extra”. O evento foi realizado em parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), a Fundação Lemann, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial e teve apoio da revista “Crescer”, do Unicef, da TV Globo e do Canal Futura. Ao longo de quatro painéis, especialistas brasileiros e estrangeiros discutiram sobre investimentos na área e recursos disponibilizados pelo país para promover uma educação de qualidade. Educadores e profissionais de outras áreas, como economistas e psicólogos, falaram também sobre práticas pedagógicas de sucesso e aspectos relevantes do desenvolvimento das crianças.

Necessidade de investimento na formação
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Evento teve quatro painéis sobre o tema - Guito Moreto / Agência O Globo
A necessidade de expandir as vagas em creches, levando em conta que a educação infantil é o espaço onde as crianças precisam ser estimuladas desde cedo para obter melhor rendimento escolar, foi defendida ontem na abertura do encontro. Daniel Santos, doutor e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que a criança que passa pela pré-escola apresenta desempenho melhor ao longo da toda a vida escolar.
— Quem passa pela pré-escola leva uma vantagem enorme que perdura até o fim da educação básica, gerando impacto de longo prazo sobre o aprendizado e também sobre diversos aspectos de sua vida social e emocional — acredita. — Lá na frente, na idade adulta, elas vão ter famílias mais estáveis, menos envolvimento com drogas e violência, e vão apresentar melhores indicadores de saúde, como longevidade, por exemplo.
A chefe da Divisão de Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Emiliana Vegas, também participou da primeira mesa do evento, com o tema “Por uma educação infantil de qualidade”, e criticou o baixo investimento e a falta de parâmetros para medir a qualidade do ensino infantil.
Segundo ela, países como Brasil, Chile, México, Peru e Nicarágua direcionam mais recursos públicos para as crianças mais velhas, na faixa de 6 a 12 anos, em detrimento dos alunos mais novos, entre zero e 5 anos de idade.
— Os países da América Latina investem pouco em educação e não levam em conta os resultados, por isso são ineficientes — criticou a representante do BID.
A América Latina, segundo ela, investe apenas 0,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na pré-escola, enquanto nos países com alto rendimento em educação este gasto é de 1,7% do PIB. Emiliana Vegas defendeu ainda a necessidade de reduzir o abismo existente entre o atendimento às crianças mais ricas e as mais pobres nessa fase da vida.


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