20 de janeiro de 2016

Acesso à pré-escola aumentou 17 pontos percentuais em uma década


  • 19/01/2016 21h17
  • Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Na última década, as crianças de 4 a 5 anos, idade correspondente a pré-escola, foram as que mais tiveram avanço no acesso à educação básica. O percentual de atendimento nessa faixa etária evoluiu de 72,5% em 2005, para 89,1% em 2014, o que representa uma variação de quase 17 pontos percentuais.
Também houve avanço constante nos últimos dez anos no acesso à educação básica para as crianças e jovens de 4 a 17 anos, passando de 89,5% para 93,6% entre 2005 e 2014, aumento de quatro pontos percentuais no período.

Problemas como a evasão escolar de crianças ribeirinhas diminuíram depois da chegada da lancha à comunidade São Francisco do Mainã (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Acesso à educação básica cresceu mais entre crianças da área rural, mais pobres e pardas Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

Os dados são de levantamento divulgado hoje (19) pela organização não-governamental Todos Pela Educação, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa tem como objetivo monitorar a meta 1 da entidade, de garantir que toda criança e jovem de 4 a 17 anos frequente a escola. A meta estabelece que, até o ano de 2022, 98% dessas crianças e jovens devem estar matriculados na escola ou ter concluído o ensino médio.
A diretora executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, diz que, em parte, esses avanços se devem à Emenda Constitucional 59, de 2009, que dá prazo até este ano para que seja garantida a matrícula escolar a todos os brasileiros com idades entre 4 e 17 anos.
Outro fator, segundo ela, é o aumento da conscientização sobre a importância da educação infantil para garantir a aprendizagem nos anos seguintes da vida escolar. “Quanto antes a criança entra na escola, isso vai ajudá-la a se alfabetizar corretamente na idade certa e, consequentemente, aprender tudo que ela tem direito nas etapas posteriores”, disse.
Educação no campo
Na faixa de 4 a 17 anos, que abrange os estudantes da educação básica, o atendimento aos alunos que vivem na área rural cresceu mais que entre a população das áreas urbanas. Entre 2005 e 2014, o percentual de acesso à educação nessa faixa de idade na área rural passou de 83,8% para 92,5%; e o da área urbana, de 90,9% para 93,9%. O levantamento também mostra que o avanço foi maior entre pardos, seguido por pretos e brancos.
Em relação à faixa etária de 4 a 5 anos, também houve maior avanço no acesso à educação nas áreas rurais e entre as crianças pardas.
Segundo Priscila Cruz, esses segmentos eram os que estavam mais atrasados, portanto, era esperado que apresentassem maior evolução nos indicadores. Ela diz que os dados são motivo de comemoração e que é preciso mobilizar esforços para que os avanços se mantenham nos próximos anos.
“É uma boa notícia o Brasil conseguir avançar na inclusão, principalmente de uma população historicamente excluída. Você tem aí área rural, os 25% mais pobres, os pardos e negros. Eles constituem o grupo que mais cresceu. Isso é motivo de celebração e temos que nos inspirar nessa conquista dos últimos dez anos e aprofundá-la nos próximos”, disse.
Entre os estados que em que o acesso à educação básica na faixa de 4 a 17 anos mais cresceu na última década, em pontos percentuais, estão Rondônia (8,4), Pará (8,2) e Maranhão (6,7). Entre as crianças e jovens de 4 e 5 anos, o aumento no atendimento foi maior em Rondônia (36,6 pontos percentuais), Rio Grande do Sul (33,4) e Mato Grosso (25,1).
Edição: Luana Lourenço
19/01/2016 20h00 - Atualizado em 19/01/2016 20h00

Cresce o número de crianças matriculadas na pré-escola, diz estudo

Todos pela Educação avaliou evolução ao longo de dez anos.
Brasil ainda tem 2,8 milhões de crianças e jovens fora da escola.

Do G1, em São Paulo
Cresceu o número de crianças matriculadas na pré-escola nos últimos dez anos. Subiu de 72,5% do total de crianças com idades entre 4 e 5 anos em 2005, para 89,1% em 2014, segundo levantamento feito pelo Todos pela Educação divulgado nesta terça-feira (19). A análise foi feita a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Pela legislação, a Emenda Emenda Constitucional nº 59, de 2009, estados e municípios têm até este ano de 2016 para garantir a matrícula escolar para crianças a partir de 4 anos.

Para Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Todos pela Educação, foi importante avaliar a série histórica e a evolução dos indicadores ao longo de dez anos porque de um ano para o outro as mudanças são mais tímidas. "A notícia de que crescemos quase 17 pontos percentuais na educação infantil é muito boa porque esta é uma etapa fundamental na vida da criança e pode ter reflexos em todo o seu percurso escolar."
O estudo analisou a evolução das matrículas em toda a educação básica ao longo de dez anos. Neste período, o resultado mais positivo foi na educação infantil. A porcentagem de crianças de 4 e 5 anos matriculadas na pré-escola subiu de 4,8 milhões (72,5%), em 2005, para 4,9 milhões (89,1%), em 2014.
Metas do Todos Pela Educação. (Foto: Reprodução/Todos Pela Educação)
Quase 3 milhões fora da escola
No geral, o Brasil apresentou uma evolução no número de crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola. Em 2005, a porcentagem era de 89,5%. Em 2014, subiu para 93,6%. Ainda assim, apesar do avanço, o Brasil tem 2,8 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola. São 6,2% do total de 44,3 milhões. No entanto, há dez anos, este montante, era de 5 milhões.
Falzetta afirma que agora os avanços em busca da universalização do acesso são mais difíceis pois é necessário atingir famílias mais vulneráveis, minorias raciais e étnicas, locais com difícil acesso e deficientes. "Será necessário políticas específicas e articulação com outras áreas porque são famílias muito desassistidas que precisam de um apoio maior."
Ensino médio ainda é gargalo
O levantamento mostra que o ensino médio, considerado um dos gargalos da educação básica, avançou pouco no quesito acesso. A taxa média do abandono escolar é de 7,6% em todo o país. Em 2005, 78,8% dos jovens de 15 a 17 anos estavam matriculados no ensino médio. Em 2013, o índice subiu para 83,3% e em 2014, caiu para 82,6%.
"Este é um reflexo de que o sistema não está sendo atraente para os alunos. O número de alunos fora da escola no ensino médio está estagnado, e não se trata de falta de vagas. É necessária uma grande reestruturação da escola", diz Falzetta.
Fundamental está estagnado
No ensino fundamental, onde as crianças têm entre 6 e 14 anos, notou-se uma estagnação, de acordo com o estudo. Desde 2005, a taxa apresentada era de 96,7%, o que representa quase a totalidade de crianças nesta faixa etária na escola. Em 2014, o índice chegou a 98,4%.

Acompanhamento das metas
O estudo divulgado tem o objetivo de acompanhar o cumprimento de cinco metas estabelecidas pelo movimento para serem alcançadas até 2022. Ter toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola é a primeira delas. As demais são:
- Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos
- Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano
- Todo jovem de 19 anos com Ensino Médio concluído
- Investimento em Educação ampliado e bem gerido

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