18 de setembro de 2015

Drama da má alfabetização

18 de setembro de 2015
Avaliação do MEC mostra que um em cada cinco alunos de 8 anos não entende o que lê

Fonte: O Globo (RJ)



Avaliação do MEC mostra que um em cada cinco Alunos de 8 anos não entende o que lê. Para ministro da Educação, teste expõe “drama da má Alfabetização”. -RIO E BRASÍLIA- Mais de 22% dos Alunos no 3° ano do Ensino fundamental público brasileiro não entende o que lê. Eles foram classificados no nível 1, o mais baixo da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), cujos resultados foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Outros 34% inferem sentido ao que leem, mas são incapazes de encontrar uma informação explícita se a mesma não estiver na primeira linha do texto. Eles estão no nível 2 da escala, que vai até o nível 4.

A situação é pior na escrita. Nesta avaliação, os 11,64% dos Alunos que estão no nível 1 não sabem escrever sequer palavras. Outros 15,03%, no nível 2, escrevem palavras omitindo ou trocando letras, mas provavelmente não conseguem escrever textos legíveis. Ou seja, quase um terço dos Alunos no 3º ano do Ensino fundamental nas Escolas públicas do país não aprendeu a escrever de forma minimamente satisfatória.

A ANA também avaliou os conhecimentos de Matemática dos estudantes nessa fase. Neste caso, 24,29% dos estudantes estão no nível mais baixo de aprendizado. Isto quer dizer que eles não sabem resolver problemas básicos da disciplina, como contas de adição (com três algarismos) ou subtração (com dois algarismos) sem reagrupamento. No nível 2, também considerado insatisfatório, estão 32,78% dos avaliados.

Ao expor os dados, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, usou expressões como “drama da má Alfabetização” e “assustador”. Os índices de 2014 foram apresentados junto com os de 2013, que ainda não tinham sido divulgados oficialmente. Janine levou à entrevista coletiva uma lista de municípios que avançaram de um ano para outro:
— Uma avaliação desse tipo, que permite medir e expor com total transparência o drama da má Alfabetização, permite também demonstrar que existem redes que têm êxito. Essa é a notícia boa no contexto de notícias ruins — disse. — Queremos que todos saibam do drama, mas queremos denunciá-lo, porque é inaceitável em termos sociais. Um diagnóstico precisa ser transmitido para se ter a dimensão do problema e para que a sociedade possa perceber como é grave conviver com a situação de 22% das crianças não saberem ler de uma maneira adequada.

Ele classificou como assustadora a situação de municípios com índices elevados nos níveis mais baixos, mencionado Paulino Neves, no Maranhão, que reduziu de 72,91% para 45,73% a proporção de estudantes no grau mais baixo em leitura. — O fato de uma rede Escolar ter (no nível 1 em leitura) quase 73% de crianças aos 8 anos é assustador. Você não pode, em três anos de Escolaridade, ter 70% de Alunos que não sabem ler. Não estou dizendo que ter 20% (a mé
dia brasileira é 22%) ou 30% é razoável, também não é — afirmou.
Ao fazer a comparação com a avaliação realizada em 2013 — quando o exame foi aplicado pela primeira vez, mas os resultados não foram divulgados —, os índices de Matemática ficaram praticamente estagnados (23,7% no nível 1 em 2013). Já em leitura, 22,2% tiveram a pior menção, representando uma redução em relação aos 24,1% de 2013. Na escrita, mudanças na metodologia inviabilizaram a comparação.

O Rio tem o maior percentual de Alunos no nível 1 em leitura na região Sudeste (21,59%). Em Matemática, o estado também possui mais Alunos no mesmo patamar (23,94%) do que todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de Acre e Ceará.

RESULTADOS PREOCUPANTES
A diretora-executiva do Movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz, considerou os dados “muito preocupantes”. Segundo ela, a Alfabetização é a base da aprendizagem, e o percentual de crianças que alcançaram os níveis máximos na avaliação — patamar ideal de letramento — são muito baixos: 11,20% em leitura e 9,88% em escrita.

— A meta do Todos Pela Educação é que toda criança esteja plenamente alfabetizada até os 8 anos. Nessa idade, é importante que isso esteja consolidado, para que ela alcance autonomia e continue aprendendo e evoluindo na Escola.
Ela também ressaltou o caso de estados como Maranhão, Alagoas e Amapá, que reúnem os piores índices, quadro que já ficou evidente em outras avaliações.

— Mais de 40% das crianças no Maranhão estão no nível 1, ou seja, não conseguem ler uma sentença — ilustrou. — É preocupante porque esses estados sempre ficam mal, mas nada acontece. Se o Brasil quer universalizar a aprendizagem, precisa garantir a Alfabetização.

Para Inês Kisil Miskalo, gerente-executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna, o cenário em Matemática também é alarmante. Como ela destaca, em vários estados, mais da metade dos Alunos estão nos níveis 1 e 2.
— Se pensarmos que o raciocínio lógico é construído pela Matemática, percebemos o quanto essa defasagem é significativa. Essas crianças terão dificuldade para construir um pensamento financeiro e problemas na compreensão de outras disciplinas — disse.

Segundo Inês, esse aprendizado inadequado é fruto de um Ensino falho ao longo das duas séries que antecedem o 3º ano. E ela atribui parte dessa baixa a falhas na formação de Professores:

— Muitos Professores que atuam nessas turmas não passaram pela faculdade e não tiveram muito contato com a prática. A formação deles ainda é muito teórica.

A ANA foi elaborada com base em questionários contextuais e teste de desempenho, e aplicada a cerca de 2,5 milhões de estudantes.

Reportagem publicada somente em veículo impresso

‘Tudo isso é inaceitável em termos sociais’, diz Janine
Ao apresentar os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, considerou que o teste expõe com transparência o “drama da má alfabetização” no país. Ele considerou “assustador” que alunos do 3º ano do ensino fundamental não saibam ler ou escrever.
Em matemática, 57% dos alunos apresentaram níveis inadequados de aprendizado na avaliação de 2014 — praticamente o mesmo índice do ano anterior, quando o exame foi aplicado pela primeira vez. Em leitura, 22,2% tiveram a pior menção, pouco menos que os 24,1% vistos em 2013. Na escrita, 35% dos estudantes ficaram em níveis considerados inadequados. Devido a mudanças na metodologia, não há comparação com o ano passado em leitura.

— Queremos que todos saibam do drama, mas queremos denunciá-lo, porque tudo isso é inaceitável em termos sociais. Um diagnóstico precisa ser transmitido para se ter a dimensão do problema e para que a sociedade possa perceber como é grave conviver com a situação de 22% das crianças não saberem ler de uma maneira adequada — afirma Janine.
Com os dados da pesquisa, de acordo com Janine, as redes estaduais e municipais poderão saber onde investir melhor os recursos e buscar as melhores soluções. Ele destacou, entretanto, que mesmo em condições difíceis, é possível verificar êxitos, especialmente em escolas que têm nível socioeconômico baixo, de acordo com indicadores desenvolvidos pelo MEC, mas que conseguiram resultados bons.
Uma lista de exemplos de sucesso foi divulgada pelo MEC durante a coletiva de imprensa. O ministro mencionou o caso de Paulino Neves, no Maranhão, que diminuiu a proporção de alunos no nível 1 em leitura de 72,9% para 45,7% — uma queda de 27,1%. Janine também ressaltou o Ceará, que exibe índices melhores que a média brasileira, como um exemplo. Ele atribuiu os avanços ao ex-ministro da Educação Cid Gomes, que foi governador do estado.

Um quarto dos alunos no 3º ano do fundamental não fazem contas simples de adição
Um em cada quatro estudantes no 3º ano do ensino fundamental nas escolas públicas brasileiras está no nível mais baixo de aprendizado de matemática, segundo a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), divulgada nesta quinta-feira. Isto quer dizer que eles não sabem resolver problemas básicos da disciplina, como contas de adição (com três algarismos) ou subtração (com dois algarismos) sem reagrupamento.
Os conceitos foram divididos em quatro níveis. A maior parcela dos alunos, 32,78%, está no nível 2, também considerado insatisfatório. No terceiro nível estão 17,78% e, na melhor classificação (nível 4), estão 25,15% dos alunos brasileiros.
No nível 1, espera-se apenas que o aluno saiba ler horas e minutos no relógio digital, reconheça medidas em termômetro e régua e saiba comparar comprimento de imagens. Segundo a ANA, os alunos que estão no nível 4 têm a percepção sobre cálculos mais complexos, com maior número de algarismos, além de saber multiplicar.
A avaliação é direcionada a unidades escolares e estudantes matriculados no 3º ano do ensino fundamental, fase final do ciclo de alfabetização, e produzirá indicadores no âmbito das escolas públicas brasileiras. Através de questionários contextuais e teste de desempenho, foram verificados o nível de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa e a alfabetização em Matemática.
Entre as regiões, a que registrou maior índice de alunos no pior nível de matemática foi o Nordeste, com 38,59% dos alunos avaliados nesta faixa. No cenário oposto, com maior número de estudantes no nível 4 (o mais elevado) está a região Sudeste, com 36,13%.
Para Inês Kisil Miskalo, gerente-executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna, o cenário é alarmante e precisa ser analisado com atenção. Como ela destaca, em vários estados, mais da metade dos alunos estão nos níveis 1 e 2 em Matemática.
— Se pensarmos que o raciocínio lógico é construído pela Matemática, percebemos o quanto essa defasagem é significativa. Essas crianças terão dificuldade para construir um pensamento financeiro e, consequentemente, problemas na compreensão de outras disciplinas— disse.
Segundo Inês, esse aprendizado inadequado é fruto de um ensino falho ao longo das outras duas séries que antecedem o 3º ano. E ela atribui parte dessa baixa a falhas na formação de professores.
— Percebemos que muitos professores que atuam nessas turmas não passaram pela faculdade e não tiveram muito contato com a prática. A formação deles ainda é muito teórica — avalia. Precisamos ter uma rede de professores mais bem preparados para lidar com a alfabetização.
No Rio, a maior parte dos estudantes encontra-se no nível 2 de desempenho, índice que concentra 37,32% do total. Na pior faixa estão 23,94% dos alunos e, na melhor, 19,97%.
Os resultados da ANA não compõem o Índice de Desenvolvimento Educação Básica, o Ideb, mas funcionam como um diagnóstico das crianças na alfabetização. Este ano, a avaliação, que começou a ser aplicada em 2013, seria aplicada pela terceira vez, mas foi suspensa em função dos cortes de gasto.

57% no 3º ano não fazem conta; Janine fala em 'vergonha'

18 de setembro de 2015
Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização mostram que maioria dos alunos de 8 anos não consegue fazer cálculos complexos

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)


Quase seis em cada dez Alunos (57%) de 8 anos no Brasil não dão conta de resolver problemas simples de Matemática. Entre as crianças dessa idade, 22% terminam o 3.º ano do Ensino fundamental sem conseguir ler um texto. Isso é o que mostram os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) 2014, divulgada nesta quinta-feira, 17, pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo o ministro Renato Janine Ribeiro, essa realidade “envergonha” o País.
A prova foi realizada no ano passado por 2,3 milhões de Alunos em 49 mil Escolas públicas. Em Escrita, outra competência medida pela ANA, 34,5% dos estudantes estavam em patamares inadequados, segundo critérios do próprio MEC.

Sem esconder a preocupação, Janine Ribeiro disse que os dados dão a dimensão do problema. “Nós não só queremos que todos saibam do tamanho do drama como queremos denunciá-lo. Tudo isso é inaceitável em termos sociais”, admitiu.
No caso de Leitura e Matemática, o desempenho é medido em uma escala de quatro níveis. Já em Escrita, são cinco. Em leitura, o MEC considera inadequado o Aluno estar no nível 1, em que não consegue encontrar informações em textos curtos ou entender uma história em quadrinhos.

Em Matemática, o Ministério classifica como “inadequado” o Aluno que está nos níveis 1 e 2. Nessas faixas, a criança não lê as horas no relógio analógico nem identifica frequências iguais em um gráfico de colunas.
A ANA foi criada com o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2012. Esse programa, que abrange todos os Estados e 98% dos municípios, envolve formação de alfabetizadores, supervisionada por universidades.

Os resultados da primeira edição, de 2013, não haviam sido divulgados oficialmente pelo MEC. A edição deste ano foi cancelada por falta de verbas.

Os números também expõem desigualdades regionais. Em Leitura, por exemplo, as Regiões Norte e Nordeste têm 35,06% e 35,56% dos Alunos no pior nível. Já no Sudeste e no Sul, essas taxas são de 13,05% e 11,94%. Ao comparar os resultados, segundo o MEC, é necessário levar em conta o contexto socioeconômico dos Alunos.

Apesar do quadro problemático, os resultados mostram ligeiro avanço em relação à ANA 2013. A taxa nacional de estudantes no pior nível de Leitura caiu de 24% para 22%. No patamar quatro, o melhor, subiu de 10% para 11%.
Em Escrita, a maioria dos Alunos - 55% - está no nível 4, quando a criança consegue escrever, mas com uma série de erros ortográficos e de concordância. Apesar de o ministro considerar isso como um nível adequado, Janine Ribeiro afirma que essa não é a situação ideal.

Em Matemática, 57% dos Alunos de 8 anos estão nos níveis 1 e 2 - o que configura um baixo desempenho, dominando apenas a primeira das operações - a adição.

Já no ciclo de Alfabetização, a falta de interpretação de texto impede que os Alunos avancem no domínio dos cálculos. Esses problemas, dizem especialistas, acompanham o Aluno em toda a trajetória Escolar. Nos anos seguintes, as crianças terão problemas para aprender Ciências ou Geografia por falta dessas habilidades básicas.
Alerta. Para Cláudia Gontijo, presidente da Associação Brasileia de Alfabetização, os resultados indicam a necessidade de se investir no setor. “Há uma melhoria, se compararmos com décadas passadas, em que a maioria dessas crianças terminava o ciclo sem ler. Mas os números ainda são alarmantes”, diz ela, Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Geralmente responsáveis pelas classes de Alfabetização, as redes municipais têm mais dificuldades técnicas e financeiras. “Por isso, a ajuda da União é ainda mais importante.” Para Cláudia, porém, os dados não indicam um fracasso do Pnaic. “Ainda é cedo para avaliar”, diz. “Não pode haver descontinuidade de políticas.”
Segundo Ricardo Falzetta, gerente de Conteúdo do Movimento Todos Pela Educação, a Alfabetização precária limita as possibilidades da criança no futuro. “No fundamental 2 (5.º ao 9.º ano), esse problema se aprofunda. No Ensino médio, torna-se insustentável, resultando nos altos índices de evasão, aprovação automática e desinteresse dos jovens.
PARA LEMBRAR
Prova de 2015 foi cancelada
Criada em 2012 pela presidente Dilma Rousseff, a realiza- ção da ANA foi cancelada neste ano por corte de gastos. A decisão interrompe a série de provas iniciada em 2013, que iria para a terceira edição. Em 2014, 2,9 milhões de crianças participaram do exame, que custou R$ 150 milhões aos cofres públicos. Segundo o governo federal, a interrupção é passageira e a realização anual continua como diretriz. O cancelamento foi mais um dos impactos do corte de or-
çamento para Educação com o ajuste fiscal.



Em SP, 38% dos alunos vão mal em Matemática
Estado mais rico do País, São Paulo tem 38,35% de seus Alunos do 3.º ano do Ensino fundamental com domínio do conteúdo de Matemática abaixo do esperado. Entre os estudantes, 14,72% alcançaram baixo nível de Escrita e 11,49% de Leitura, segundo os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). O Estado obteve o segundo maior porcentual de Alunos nos níveis mais altos de proficiência nas três áreas, mas, para especialistas em Educação, o desempenho ainda é ruim e insatisfatório.

O porcentual de estudantes de São Paulo nos melhores níveis de proficiência ficou atrás apenas de Minas Gerais (em Leitura e Matemática) e Santa Catarina (em Escrita). Para Ilona Becskehazy, consultora em Educação, os resultados desses Estados não são satisfatórios porque, além do baixo número de Alunos nas faixas mais altas, as exigências desses níveis são muito pequenas. “O que se exige no nível mais alto ainda é muito básico. É um escândalo que São Paulo tenha apenas 20,24% de seus Alunos com o mais alto índice de proficiência em Escrita, que tem como parâmetro que o Aluno saiba escrever, mas não exige que formule frases ou textos com sentido”, diz Ilona. Para ela, os parâmetros da avaliação estão muito abaixo dos padrões de Escolas particulares e ainda mais longe de parâmetros internacionais. “Nossas crianças estão queimando a largada. Com 8 anos elas já estão em desvantagem.”
Para Maria Márcia Malavasi, Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo pouco se distingue dos demais Estados porque não tem uma política diferenciada para Educação. “Apesar de ser o Estado mais rico, ainda faltam alimentação adequada para os Alunos e Professores, os salários são baixos e não há recursos pedagógicos suficientes. É toda uma combinação de fatores que não deveria existir.”

Wesley da Silva Teles, de 9 anos, está no 4.º ano e diz ter pena de alguns colegas de sua sala que ainda não sabem ler e escrever. “Tenho cinco amigos que não conseguem, que têm muita dificuldade para fazer lição. Eu tento ajudar, mas é difícil para eles.” A mãe de Wesley, a auxiliar de limpeza Marlene da Silva, de 24 anos, disse que o filho teve dificuldades no começo da Alfabetização e, se não fosse pela ajuda de familiares, provavelmente ainda não saberia ler e escrever. “Se a gente não fica no pé, a criança não aprende.”
Municípios.
A primeira etapa do Ensino fundamental, quando ocorre a Alfabetização, é em sua maioria feita pelas redes municipais de Ensino.Nacapitalpaulista, 38,99% dos Alunos têm nível de proficiência em Matemática abaixo do esperado – em Escrita, o porcentual é de 15,12% e em Leitura, de 12,14%. “São as péssimas ações na Educação básica, nas redes municipais e estaduais, que estão colocando nossas crianças cada vez mais em desvantagem”, diz Maria Márcia. Para Ilona, não há perspectiva de mudanças no cenário da Educação básica, pois a política para a formação dos Professores é insuficiente. Para ela, a Base Nacional Comum, apresentada anteontem pelo Ministério da Educação, também não traz nenhum horizonte positivo.
Procuradas pelo Estado, tanto a Secretaria Estadual da Educação quanto a Secretaria Municipal de Educação destacaram que as redes avançaram no exame, na comparação com o ano anterior e ao se analisar o restante do País. A estadual destacou ainda, em nota oficial, que São Paulo dobrou seu desempenho em Escrita no nível mais alto e “conseguiu migrar os estudantes que estavam no nível 1 de Ensino, o menos adequado, para os demais patamares, passando de 11,6% em 2013 para 4,95% em 2014”. A secretaria municipal ressaltou, também por nota, que neste ano “foi instituído o Núcleo de Apoio e Acompanhamento à Aprendizagem (Naapa), cujo objetivo é apoiar os Alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem”.

Norte e Nordeste registram piores resultados na avaliação de alfabetização

18 de setembro de 2015
Em leitura, entre as habilidades exigidas no nível máximo, está reconhecer pronomes possessivos e advérbios; dados são da Avaliação Nacional da Alfabetização

Fonte: Agência Brasil


Os dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), divulgados hoje (17) pelo Ministério da Educação, mostram que as regiões Norte e Nordeste têm os piores resultados. As áreas avaliadas foram leitura, escrita e matemática nas provas aplicadas a estudantes do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas.
Na escrita, a distancia é maior. Apenas 3,72% dos estudantes do Nordeste e 4,12% do Norte alcançaram o melhor nível da avaliação. No Sul e Sudeste, o registro de alunos nesse patamar foi, respectivamente, de 32,55% e 36,13%. Para a escrita alcançar o melhor nível de avaliação, os estudantes precisam ter capacidade de escrever palavras com diferentes estruturas silábicas e um texto corretamente e com coerência.
Na avaliação de matemática, 11,76% e 13% dos alunos estiveram no patamar mais alto nas regiões Norte e Nordeste, enquanto nas regiões Sul e Sudeste 32,55% e 36,13% dos alunos alcançaram, respectivamene, esses níveis de avaliação. Esses estudantes são capazes, por exemplo, de resolver cálculos mais complexos.
A diferença entre as regiões se repete na avaliação de leitura. Enquanto 4,84% e 5,52% dos alunos do Norte e do Nordeste obtiveram o nível máximo na avaliação, nas regiões Sul e Sudeste 13,88% e 16,75% atingiram o mesmo resultado. Na leitura, entre as habilidades exigidas no nível máximo estão reconhecer referentes de pronomes possessivos e advérbios.
Segundo o ministro da Educação, Renato Janine, o único nível inadequado é o um."Os níveis dois, três e quatro são adequados. O nível um é francamente inadequado. Ele sequer lê uma palavra", informou o ministro.
O Centro-Oeste ficou com 7,49% dos estudantes no melhor patamar na avaliação de escrita, 10,47% na de leitura e 24,52% em matemática.
Esta é a segunda vez que o exame é aplicado nacionalmente. Os dados da avaliação anterior foram divulgados apenas para as escolas.
O gerente de Conteúdo do movimento Todos Pela Educação, Ricardo Falzetta, acrescentou que, apesar dos números preocupantes das regiões Norte e Nordeste, quando analisados os estados é possível notar bons resultados. Em entrevista à Agência Brasil, Faizetta afirmou que a análise de cada região mostra bons caminhos no Ceará e Acre.



Matemática é área mais preocupante para alunos da alfabetização, diz Janine
A Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) mostra que o maior problema das crianças do 3º ano do ensino fundamental é a matemática, área na qual 57% mostraram um nível inadequado de aprendizagem. “Em todas as faixas é preocupante, mas onde a preocupação é maior é na matemática”, disse hoje (17) à tarde o ministro da Educação, Renato Janine, na apresentação dos dados.
Para a avaliação de matemática, o MEC dividiu a aprendizagem em quatro níveis, sendo que o primeiro e o segundo são inadequados. “No primeiro, a criança tem apenas o conhecimento que traz de casa. No segundo, ela é capaz de fazer operações, mas muito simples. Nesse momento, se ele não ler vai ter dificuldades com a matemática, já que precisa ler os problemas para entendê-los”, informou o presidente do Instituto Anísio Teixeira, Francisco Soares.
De acordo com o ministro da Educação, o Brasil tem uma alfabetização “insuficiente”. No caso da área de leitura, 22% das crianças avaliadas mostraram aprendizagem inadequada. “Nesse nível, o aluno sequer lê uma palavra”, afirmou o ministro.
A terceira área avaliada pela ANA foi a escrita, na qual 34% dos alunos têm nível inadequado de conhecimento, ou seja, alguns não conseguem escrever, outros escrevem errado ou escreve apenas palavras, mas não consegue formar textos.
“Esses dados são muito preocupantes e exigem medidas urgentes”, destacou o ministro sobre a avaliação. Segundo Janine, cada área foi dividida em níveis para que possam ser elaboradas pedagogias diferentes e direcionadas às necessidades de cada grupo. “"Esses dados vão indicar muito bem aos responsáveis as intervenções que devem ser adotadas em cada nível de dificuldade", adiantou Janine.
O ministro destacou que, em meio a conclusões ruins, houve inspirações positivas de locais com um contexto desfavorável e que tiveram bons resultados, que devem ser usados como modelos.
“Nossa preocupação é grande com os resultados ruins, mas há uma inspiração positiva, que, mesmo em situações difíceis, você tem êxito.” O Ceará foi citado como um exemplo, com 15,8% de alunos com nível máximo em leitura, acima da média nacional (11,2%), enquanto o Nordeste tem média de 5,52% de alunos nesse nível.
A ANA foi divulgada nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação. O teste foi feito em novembro de 2014 e avaliou quase 2,5 milhões de estudantes do terceiro ano, última etapa da alfabetização. Esta é a segunda vez que o exame é aplicado nacionalmente. Os dados da avaliação anterior foram divulgados apenas para as escolas.


Mais da metade dos alunos de alfabetização teve baixa aprendizagem em matemática
Em uma escala de quatro, pouco mais de 56% dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas não conseguiram superar os dois primeiros níveis do aprendizado de matemática. O dado é da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), divulgada hoje (17) pelo Ministério da Educação, que, em novembro de 2014, avaliou quase 2,5 milhões de estudantes da série considerada a última etapa da alfabetização.
Na matemática, os estudantes que ficaram em um dos dois primeiros níveis de aprendizagem não conseguem, por exemplo, resolver alguns tipos de problemas com número naturais maiores que 20 e ler horas em relógio analógico.
No caso da escrita, que tem cinco níveis, cerca de 65% dos alunos alcançaram os dois melhores patamares da avaliação, o que significa que eles têm capacidade de escrever palavras com diferentes estrutura silábicas e um texto corretamente e com coerência.
Na leitura, a maioria dos alunos (55%) ficou nos dois piores níveis, dentre quatro, significando que eles não conseguem localizar informação explícita em textos de maior extensão e identificar a quem se refere um pronome pessoal.
A ANA foi criada a partir do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). O acordo estabelece que todas as crianças até 8 anos de idade sejam alfabetizadas em português e matemática.






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