2 de julho de 2015

Relatorio de Todos pela educação sobre o estado da educação brasileira:

Ensino de 9 anos eleva desempenho dos alunos

02 de julho de 2015
Análise do movimento Todos pela Educação mostra que estudantes tiveram resultados de 11% a 14% melhores

Fonte: O Estado de S. Paulo (SP)



A adoção do Ensino fundamental de nove anos – que antecipou a idade de entrada na Escola dos Alunos de sete para seis anos – trouxe melhora ao aprendizado dos estudantes da rede pública. O nível de proficiência dos Alunos do 5.º ano do Ensino fundamental do País que estudaram um ano a mais foi de 11% a 14% melhor de acordo com os resultados da Prova Brasil.
A diferença, no entanto, deve cessar neste ano, uma vez que desde 2011 praticamente todas as matrículas já foram feitas sob este sistema. Ou seja, Alunos do primeiro ciclo do Ensino fundamental que farão a Prova Brasil neste ano já tiveram cinco anos de Escolaridade, e não quatro.
Os dados são de um estudo inédito promovido pelo movimento Todos Pela Educação (TPE) obtido pelo Estado, que será apresentado nesta quinta-feira, 2. O levantamento feito pelos pesquisadores Armando Chacón e Pablo Arturo Peña usou dados de desempenho dos estudantes na Prova Brasil – avaliação oficial do governo para todas as Escolas públicas e serve de base para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb). A prova exige conhecimento em duas disciplinas: Língua Portuguesa e Matemática.
Para chegar ao índice, o estudo compara o crescimento da nota no exame somente de Alunos do 5.º ano do Ensino fundamental entre os anos de 2007 e 2011. As Escolas foram separadas em três categorias, considerando o período em que adotaram o Ensino de nove anos.
As unidades que tinham Alunos já com cinco anos de estudo em 2007 foram as que tiveram maior evolução na prova. Nessas unidades, as notas da Prova Brasil subiram 21,7 pontos em Matemática e 18,5 em Língua Portuguesa.
As unidades que passaram a ter Alunos com cinco anos de estudo só em 2011 também apresentam diferença. Nessas Escolas, houve aumento de 20 pontos em Matemática e 18,6 em Língua Portuguesa. Já as Escolas em que os estudantes só tinham 4 anos de Escolaridade em 2011 conseguiram níveis menores de melhora. O índice dessas unidades subiu 14,1 pontos em Matemática e 12,3 em Língua Portuguesa.
Avaliação. Para o Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Alavarse, o resultado é reflexo da maior exposição dos Alunos, nos anos iniciais, às competências exigidas na Prova Brasil. Ressalta, no entanto, que, mesmo com a melhora, o desempenho médio do estudante ainda é baixo.
“Uma coisa é dizer que gera mais ganho. Outra é que o resultado do processo é eficiente”, afirmou Alavarse. Em 2013, por exemplo, o desempenho dos Alunos, tanto em Matemática quanto em Português, ficou abaixo do esperado.
A Professora de Matemática da rede estadual de São Paulo Regina Estravini, de 55 anos, está há 25 na sala de aula. Ela disse ter visto melhora com o acréscimo de um ano. “Quanto mais tempo eles têm para desenvolver, mais fácil. Nem todo o mundo pega o ritmo ao mesmo tempo, principalmente em Matemática”, disse.

Brasil descumpre quatro de cinco metas pela Educação

02 de julho de 2015
De acordo com levanto do Todos Pela Educação, país avançou na ampliação do gasto e de matrículas, mas aprendizado segue insatisfatório

Fonte: O Globo (RJ)


Das cinco metas estipuladas pelo movimento Todos Pela Educação (TPE), quatro não foram cumpridas pelo Brasil. É o que mostra um relatório da ONG, que será lançado hoje e aponta dificuldades principalmente nos objetivos relacionados à qualidade. O documento mostra alguns dos principais desafios que o país ainda precisa enfrentar na área educacional, como incluir cerca de 2,8 milhões de crianças de 4 a 17 anos na educação básica, garantir aos alunos aprendizado adequado e combater os motivos que fazem com que apenas 54% dos jovens concluam o ensino médio na idade certa.
Os objetivos são para o ano de 2022, mas há metas parciais, monitoradas anualmente. Na primeira, que prevê que toda criança e jovem de 4 a 17 anos esteja na escola, o país está próximo de seu objetivo: o Brasil registrou em 2013 93,6% da população de 4 a 17 anos matriculada na educação básica. A meta para o mesmo ano era de 95,4%.
A meta 2 (“toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos”) não foi avaliada pois os indicadores de 2013 sobre a qualidade da alfabetização das crianças nos primeiros anos do ensino fundamental ainda não foram divulgados. Levantamento de 2012, entretanto, deixou o país bem longe do objetivo.
O TPE também aponta que o Brasil tem dificuldades em cumprir as metas 3 e 4. Em 2013, somente 9,3% dos alunos do 3º ano do ensino médio aprenderam o considerado adequado pelo movimento em matemática, e 27,2% em português, valores abaixo das metas intermediárias definidas pela instituição para o ano, que eram, respectivamente, de 28,3% e 39%.
No 9º ano do educação fundamental, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi 16,4% em matemática e de 28,7% em língua portuguesa. As metas intermediárias para essa etapa eram de, respectivamente, 37,1% e 42,9%. Já o 5º ano apresentou 39,5% de alunos com aprendizado adequado em matemática, e 45,1% em língua portuguesa. As metas intermediárias eram, respectivamente, de 42,3% e de 47,9%.
A meta 4 não foi atingida porque pouco mais da metade dos jovens, 54,3%, conseguiu concluir em 2013 a etapa final da educação básica na idade considerada adequada. No ensino fundamental, a conclusão até os 16 anos foi alcançada por 71,7% dos jovens. As metas definidas pelo movimento para 2013 eram de, respectivamente, 63,7% e 84%.
Já a meta 5, que estipula ampliação do investimento em educação e boa gestão dos recursos, foi parcialmente alcançada: em 2013, o investimento público direto na área foi de 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados de investimento específico em educação básica, hoje no patamar de 4,7%, mostram uma tendência de crescimento desde 2000, quando era de somente 3,2%. Até 2022, a meta é chegar a 5% nesse setor. No entanto, ainda há dificuldades com execução e gestão do orçamento. Pesquisa que será divulgada hoje mostra que há problemas, por exemplo, na cotação e contratação de fornecedores com utilização dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola.
Outra pesquisa inédita, que será divulgada hoje e aponta para avanços no setor, mostra que o acréscimo de um ano no ensino fundamental garantiu maior aprendizado. Estudo promovido pelo TPE indica que de 11% a 14% do incremento observado na proficiência média dos alunos do 5º ano do ensino fundamental na Prova Brasil é atribuível à ampliação de oito para nove anos na duração do ensino fundamental.


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