19 de janeiro de 2015

Cerca de 121 milhões de crianças no mundo estavam fora da escola em 2012


RIO - Nada menos do que 121 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 15 anos estavam fora da escola em 2012, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira (19) em Londres pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O estudo, intitulado “Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola”, serviu de alerta para o risco de descumprimento do compromisso de universalizar o acesso à educação primária até 2015. Essa meta foi estabelecida na Conferência Mundial de Educação em Dacar, no Senegal, em 2000.
De acordo com o relatório, que utiliza indicadores que tomam como referência o ano de 2012, cerca de 58 milhões de crianças permaneciam fora da escola primária, o equivalente a 8% da população mundial em idade escolar para o ensino primário. Em todo o planeta, 705,7 milhões de alunos estavam matriculados no primário.
O relatório mostra também que 63 milhões de crianças e adolescentes de 12 a 15 anos estavam fora da escola em 2012, o equivalente a 20% do total da população mundial nessa faixa etária. Em termos proporcionais, portanto, a situação era ainda mais grave entre os meninos e meninas com mais idade.
Em termos gerais, o ensino primário atende crianças dos 6 aos 11 anos, ainda que possam existir variações de um país para outro. No Brasil, por exemplo, o segmento corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano.
Por aqui, de acordo com projeções mais atualizadas do movimento Todos pela Educação indicam que cerca de 5% da população entre 4 a 17 anos não deverá estar na escola até 2016, ano em que o Brasil deveria cumprir uma lei de universalização do ensino, em vigor desde 2009. Atualmente, de acordo com o Censo Escolar 2013, cerca de 94% das crianças nesta faixa etária estão matriculadas.
Em todo o planeta, havia 316,1 milhões de alunos de 12 a 15 anos matriculados na escola. Em tese, quando não há atraso escolar, essas crianças e esses adolescentes deveriam frequentar o chamado primeiro nível da escola secundária, o que corresponde, no Brasil, aos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano).

ONU: 121 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola

19 de janeiro de 2015
Relatório aponta que adolescentes são os principais atingidos

Fonte: Agência Brasil



Um relatório lançado hoje (19) em Londres mostra que 121 milhões de crianças e adolescentes, de 6 a 15 anos, no mundo inteiro, desistiram de frequentar a escola ou sequer começaram a fazê-lo. O documento foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e contrasta com a promessa da comunidade internacional de alcançar a Educação para Todos até 2015.
O relatório, intitulado Reparação da promessa quebrada de Educação para Todos: resultados da Iniciativa Global Crianças Fora da Escola, mostra que houve pouco progresso na melhora desse cenário desde 2007. Além disso, o documento revela que 63 milhões de adolescentes com idade entre 12 e 15 anos não estão na escola. O número mostra que há muito mais adolescentes nessa situação do que crianças. Enquanto uma em cada 11 crianças em idade escolar de nível primário não frequenta a escola, um em cada cinco adolescentes está na mesma situação.
De acordo com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, os métodos tradicionais de ampliar o acesso à educação, baseados em mais professores, mais livros didáticos e mais salas de aula, não é mais eficaz. Na opinião de Irina, os métodos têm que considerar formas de incluir crianças menos favorecidas.
“Precisamos de intervenções específicas para alcançar as famílias deslocadas devido a conflitos, as meninas que são forçadas a ficar em casa, as crianças com deficiência e as milhares que são obrigadas a trabalhar. Porém, essas políticas têm um custo. Esse relatório serve de alerta para mobilizar os recursos necessários para garantir a educação básica para cada criança, de uma vez por todas.”
O relatório mostra também que as mais afetadas pela falta de acesso à educação são as crianças que vivem em áreas de conflito, as que trabalham e as que enfrentam discriminação baseada em etnia, gênero ou deficiência. A pobreza, contudo, é o maior vilão da educação, diz o estudo. Na Nigéria, por exemplo, dois terços das crianças em áreas mais pobres não vão à escola. E 90% delas provavelmente nunca o farão. Os índices mais elevados de crianças fora da escola são encontrados na Eritreia e na Libéria, onde 66% e 59% das crianças, respectivamente, não frequentam a escola primária.
O diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, enumera três prioridades de investimento em três áreas. A primeira é aumentar o número de crianças frequentando a escola primária; a segunda, ajudar mais crianças, principalmente as meninas, a permanecer na escola durante todo o nível secundário; e a terceira, melhorar a qualidade da aprendizagem.
“Não deve haver discussão a respeito dessas prioridades: precisamos realizar as três, porque o sucesso de cada criança – e o impacto do nosso investimento em educação – depende de todas elas”, disse Lake. Os dados da pesquisa podem ser consultados no site da Unesco, de forma interativa.

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