29 de maio de 2014

Pesquisa aponta melhoria no acesso a educação e especialistas questionam qualidade


Todos os índices de relatório do IBGE apresentam progresso na parte de ensino

O acesso a educação melhorou mas a qualidade do ensino ainda gera debate entre especialistas. Os dados são dos Indicadores de Desenvolvimento Brasileiro 2001-2012, compilação a partir do IBGE, e mostra uma melhora em todos os índices ligados a educação.

Um dos destaques foi o crescimento no acesso de crianças entre 4 e 5 anos. Em 2001, 55% das crianças frequentavam creches e escolas, já em 2012 o número aumentou para 79,1%. A proporção de estudantes que se aproximam da escolaridade adequada para sua idade, também apresentou melhora em todas as faixas etárias e o analfabetismo diminuiu, principalmente, na população com 15 anos ou mais de idade. De 12,4%, em 2001, foi para 8,5%. No Nordeste, região que apresentava o maior índice, a redução foi mais acentuada, de 24,2% em 2001 para 17,4% em 2012.

"(O crescimento no número de acesso no Ensino Fundamental é) Resultado de um esforço conjunto da União, Estados e Municípios, observou-se um crescimento constante nas taxas de frequência, em todas as faixas etárias", afirma o relatório.

Para Ana Cecília Costa, pesquisadora especializada em políticas públicas educacionais pela Uerj, o acesso foi democratizado mas a atenção deve ser dedicada a qualidade do ensino neste momento.

- A última década demonstrou um grande avanço nas políticas de acesso a escola. Quando vemos os dados, eles demonstram que houve um crescimento em todas as regiões. A maior dificuldade agora é a qualidade deste ensino. Conseguimos que crianças fossem as escolas, agora temos que focar na qualidade de seu aprendizado - afirma.

A qualidade também foi - bem - avaliada pelo relatório. Os dados são baseados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que é feito a cada dois anos através de avaliações nacionais e em taxas de aprovação. O recorte da pesquisa para esta análise só é feito a partir de 2005 devido aos instrumentos utilizados não existirem anteriormente.

"Para os anos iniciais do ensino fundamental, o Ideb subiu de 3,8 em 2005 para 5,0 em 2011. A meta prevista é chegar a 6,0 até 2021, índice correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos. Nos anos finais do ensino fundamental, o Ideb passou de 3,5 em 2005 para 4,1 em 2011. A meta é atingir o índice de 5,5 até 2021.No ensino médio, o Ideb subiu de 3,4 em 2005 para 3,7 em 2011. A meta para 2021 é atingir 5,2", aponta o relatório.

Para Ana Cecília, o problema é que estes tipos de avaliação não podem mensurar a qualidade do ensino em sua totalidade.

- A qualidade da educação não pode ser mensurada somente com uma prova. Ela passa pela estrutura do colégio, pelo projeto político e pedagógico, pelos projetos e, claro, pelas avaliações. Se formos cruzar estes dados com outros, não poderemos dizer que nossa educação está boa.

(O Globo)

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