23 de outubro de 2012

Novo site discute educação para sustentabilidade em SP



Lançamento ocorre nesta terça e quarta-feiras com debates virtuais ao vivo pelo Facebook

22 de outubro de 2012 | 21h 14
Estadão.edu
São Paulo ganha nesta terça-feira, 23, um espaço virtual para discutir um modelo de educação, no sentido mais amplo, capaz de garantir uma cidade sustentável. A iniciativa, que já mapeou instituições e projetos em parte da zona leste, todos georreferenciadas no site www.educarnacidade.org.br, é capitaneada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), que está completando 25 anos.
“Aproveitamos este momento de eleições não para discutir apenas problemas que já foram colocados. Partimos do princípio de que já há muitas coisas boas acontecendo na cidade e começamos o processo de identificação de diferentes práticas que estão acontecendo em diferentes territórios e realidades”, diz a educadora Maria Alice Setubal, presidente dos Conselhos do Cenpec e da Fundação Tide Setubal e integrante do Conselho do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). “Há muita coisa interessante acontecendo na periferia, com atores que têm consciência da importância do conhecimento, da informação que se transforma em conhecimento e também da participação. Sabem que é preciso dar voz ao jovem, trabalhar com ele para que possa se expressar, ter uma participação maior na sociedade.”
O lançamento do site ocorre nesta terça e quarta-feiras com debates virtuais ao vivo, realizados por streaming no Facebook (www.facebook.com/educarnacidade). É possível fazer pergunta às especialistas pela própria página do projeto na rede social ou pelo Twitter, utilizando a hashtag #EducaNaCidade. Além de Maria Alice participam Rachel Trajber (Instituto Marina Silva), Mônica Borba (Instituto 5 Elementos) e Ana Maria Wilheim (Instituto Akatu). O objetivo é discutir temas como o que precisa mudar nas escolas e nos currículos para que os estudantes tenham uma educação para a sustentabilidade e o papel das novas tecnologias na participação dos jovens em questões sociais relevantes.
O site foi criado como parte do projeto Educação para São Paulo, uma Cidade Sustentável, resultado de uma parceria fechada entre as entidades capitaneadas por Maria Alice e a Rede Nossa São Paulo. “Cada entidade aportou uma visão diferente. Mais macro, no caso do IDS, muito ligada nos territórios da cidade, caso da Tide e o do Nossa São Paulo, ou pensando, no Cenpec, a educação como tema transversal e articulador das questões da metrópole”, explica Maria Alice.
Esse papel articulador da educação passa, segundo Maria Alice, por um novo enfoque sobre o papel das políticas públicas. “Elas precisam ter um fundo pedagógico e de formação da cidadania, seja na educação para o trânsito ou em programas de coleta seletiva. É preciso explicar às pessoas por que aquilo está sendo feito”, diz. “Queremos que a educação tenha cada vez mais esse conceito ampliado. A educação escolar precisa ter várias portas de saída para o seu território e também abrir espaço na escola para projetos nascidos nesse território.”
Por causa da parceria com a Fundação Tide Setúbal, o projeto se concentrou nessa primeira etapa na área da zona leste entre São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo. “Identificamos não só escolas, mas organizações da sociedade civil que atuam pensando em uma abordagem mais ampla de educação, que vai além da escolar”, diz Maria Alice. “Tem organizações que trabalham com crianças, moradia e habitação, como as Pastorais da Igreja Católica, universidades como a USP Leste e a Cruzeiro do Sul (Unicsul), clubes da Prefeitura cuja gestão é feita pela comunidade, saraus, festivais de esporte e oficinas de comunicação.”
Na incursão pela zona leste, os envolvidos no projeto entrevistaram pessoas ligadas a 25 entidades. Também realizaram seis rodas de conversa, com quatro pessoas cada uma, com especialistas como a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o professor da USP Gilson Schwartz, criador da Cidade do Conhecimento, e Alfredo Manevy, ex-secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura.
“Aprofundamos algumas questões com especialistas e vamos publicar o material editado das entrevistas e das rodas de conversa. Com isso, queremos criar um espaço de interação via Facebook”, diz Maria Alice. Todo o conteúdo do site terá a licença Creative Commons, de reprodução livre, que permite até o uso em sala de aula. O site também será aberto para que entidades e associações de outras áreas da cidade marquem presença no mapa georreferenciado, apresentando seus projetos.

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