23 de setembro de 2011

Violencias nas escolas


23 de setembro de 2011
Educação no Brasil | Folha de S. Paulo | Cotidiano | BR
 'Um amigo entrou falando: tiro, tiro', diz aluno de escola



Rosileide Queiros de Oliveira é socorrida após ter sido baleada em São Caetano do Sul

Estudantes relatam momentos de desespero; alguns acharam se tratar de atirador como o de Realengo
Após tragédia, irmão de menino que se matou contou a colega que família não consegue entender motivação
DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao ouvir os dois tiros disparados por D., 10, na tarde de ontem, os alunos da maior parte das salas de aula da escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, fugiram correndo em direção à rua.
"Um amigo entrou falando: tiro, tiro! Todo mundo achou que fosse brincadeira", disse um aluno do 6º ano.
"Depois, todos descemos. Achamos que era briga. De repente, apareceu uma ambulância. Eu e meus amigos fomos para o estacionamento. Ouvimos boatos de que tinha traficante, mas não era nada disso.
Voltamos para pegar o nosso material. Ligamos para nossos pais para virem nos buscar. As pessoas da classe do menino estavam chorando pela professora", afirmou.
Uma aluna de 14 anos, do 9° ano do ensino fundamental, estava próxima da sala de aula onde D. atirou na professora. Ela conta que o pânico tomou conta da escola.
Segundo a garota, alguns alunos perceberam que D. estava caído, baleado na cabeça, em uma das escadas do colégio. Todos correram, então, para a escadaria do lado oposto a fim de fugir.
Até aquele momento, alunos chegaram pensar que havia um atirador pelos corredores, como ocorreu na tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro, em abril deste ano -na ocasião, um ex-aluno invadiu a escola, matou 12 crianças e depois se matou.
Durante a correria de ontem para fugir da escola municipal, a maior parte das alunas chorava e gritava bastante, enquanto alguns dos meninos ajudavam a tirar as colegas com rapidez do local.
Uma outra aluna, de 12 anos, do 7° ano do ensino fundamental, afirmou que conhece a família do menino D..
Ela disse que todos da família são pessoas "tranquilas", motivo pelo qual ainda "não entendeu" direito o que aconteceu ontem.
Essa mesma jovem afirmou também que chegou a ouvir do irmão de D., um adolescente de 14 anos e estudante da mesma escola, que, após os tiros, a família do menino, ainda em estado de choque, dizia não encontrar explicações para a tragédia.

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