31 de maio de 2011

O que os pais querem da escola?


31 de maio de 201
 O Diário de Maringá | Opinião | PR

O episódio de negação da entrada dos alunos fora do horário estabelecido para começo das aulas no Instituto de Educação de Maringá foi, e está sendo, muito comentado. Fenômeno deveras importante, porque discutir a educação oferecida aos brasileiros é uma obrigação de todo o cidadão, principalmente dos pais.
Mas os fatos não podem ser examinados no calor dos reclamos, nem com conhecimento limitado ao fenômeno que deu origem à notícia. A realidade é bem mais ampla do que a simples liberação ou restrição do horário de funcionamento de um estabelecimento.
O desempenho de nossos alunos em avaliações internacionais, por exemplo, deixa muito a desejar. Enquanto China, Coreia do Sul e Finlândia ficam com os primeiros lugares em leitura, matemática e ciências, aos brasileiros, cabe o desonroso 53º lugar entre 63 países.
Importante lembrar que, no Brasil, 50% dos estudantes com 15 anos se encontram abaixo do Nível um de Alfabetização, em uma escala da Unesco que informa sobre a incapacidade dos discentes utilizarem instrumentos de leitura para aumentar os próprios conhecimentos ou competências.
Por outro lado, os resultados relativos ao Ensino Médio não trazem uma imagem positiva dos alunos, posto que somente 36% deles obtêm sucesso nas provas objetivas; sem falar nas redações, assustadoras em erros gramaticais, de concordância, e pobres no desenvolvimento de conteúdos.
Quando se fala em qualidade de ensino, o Ideb também deve ser lembrado. Afinal, ele, de forma otimista, propõe que os índices ideais para as escolas só poderão ser alcançados em anos futuros! Isso porque, em uma escala de zero a dez, criada pelo Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o ensino fundamental obteve 4,0 e o ensino médio, 3,6, depois de esforços sistemáticos no último ano.
Se não é mais possível esconder o baixo rendimento de nossos filhos em fase de escolarização, o que podemos pensar do planejamento pedagógico de uma escola que deixa o aluno adentrar em sala de aula quando sente vontade e dela sair quando assim o deseja? O que se pode pensar de uma escola que não se propõe a oferecer, de modo planejado, o tempo de 50 minutos de uma aula, deixando ao sabor do aluno o começo e o fim das atividades?
Já foi dito que a escola é uma instituição que, para além da família (sem prescindir da mesma), deve encaminhar o aluno para a vida em sociedade, ou seja, para a vida onde as relações não são mais reguladas por limites parentais.
Pressupõe-se, pois, que a escola eduque para o mundo do trabalho, para relações democráticas reguladas pelo dever, sempre acoplado a um direito. Dever e direito são aprendizagens que se estendem e se aprofundam pela escolarização e implicam, em esfera comunitária, na superação de desejos e interesses particulares para que seja configurado o cidadão autêntico, verdadeiramente participativo.
Cabe, nesse momento, a pergunta: O que os pais pretendem da escola? Um lugar para aprendizagens reais, efetivas; ou um "estacionamento" para os jovens, para que eles não fiquem circulando nas ruas? Um local digno de orgulho, constituído por professores competentes e interessados na aprendizagem e na socialização dos estudantes; ou um espaço ideal para sempre se Malhar o Judas, para se mostrar, por razões variadas, a incompetência profissional dos professores?
Nesse momento, dian

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