26 de maio de 2011

Mapa da violencia 2011: Trânsito registra 45% das mortes violentas

Foto: Dos 6.980 veículos que se envolveram em acidentes no ano passado, 3.808 eram carros e 2.435 motos YANA LIMA
Das 149 perícias cadavéricas realizadas até o mês de março no Instituto Médico Legal (IML), mais de 65% são referentes a mortes violentas. Destas, quase a metade (45%) é decorrente de mortes no trânsito. Por números como esses é que a capital aponta como um dos trânsitos mais violentos de todo o país.
O número de mortes violentas no primeiro trimestre deste ano apresentou pequena variação em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 89 contra 95 até março do ano passado. Durante 2010, foram realizadas 697 perícias cadavéricas, das quais pelo menos 389 (55,8%) foram referentes a mortes violentas.
Os dados deste ano seguem a mesma tendência do ano passado: das 149 perícias realizadas até o mês de março, 45 eram referentes à morte no trânsito. A Folha apurou que atualmente esse número já ultrapassa as 60 mortes.
IDADES - Dados divulgados pela Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT) mostram que, dentre as vítimas de acidentes em Roraima, as pessoas com idades entre 15 e 39 anos são as mais vulneráveis. Das 5.229 vítimas computadas em 2010, mais da metade (2.627) está nessa faixa etária.
Os motociclistas são os que mais morrem em acidentes. Os números apontam que 6.980 veículos se envolveram em acidentes durante todo o ano passado, sendo 3.808 carros e 2.435 motocicletas. Os condutores de veículos de duas rodas se ferem mais gravemente, dada a maior insegurança do veículo.
SEXO - Os homens são os mais vulneráveis. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou, no início deste mês, que 66% dos pacientes que dão entrada no Pronto-Socorro Francisco Elesbão são homens.
Na ocasião, o diretor-presidente do Detran, Jorge Everton, disse que o fato de Roraima ter mais homens dirigindo nas ruas, avenidas e estradas do Estado acaba fazendo deles as maiores vítimas do trânsito. Ele explicou que não existe nenhum estudo no Estado que comprove que as mulheres respeitam mais ou são mais atenciosas quando estão dirigindo.
Maioria dos homicídios ocorre por arma branca
Ao contrário de grandes capitais onde os crimes com arma de fogo são os mais comuns, em Roraima predominam os casos cometidos por arma branca. Dentre as 32 mortes por agentes externos registradas no IML, 15 estavam relacionadas a facas e afins, 10 a armas de fogo e 7 por contundentes, que podem ser pauladas, pedradas ou agressão semelhante.
Em 2010 essas modalidades de morte violenta somaram 137 casos, sendo 72 por arma branca e 39 por arma de fogo.
O titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), Juraci Rocha, informou que um levantamento estatístico demonstrou que a taxa de resolução dos homicídios ocorridos nos últimos anos ultrapassa 85% dos casos. Nos casos deste ano, disse que esse número chega a 90%, tantos os homicídios consumados quanto os tentados. No entanto, por conta do horário de contato, não pôde fornecer números exatos sobre os casos.
No final do ano passado, em atendimento à meta fixada para concluir todos os inquéritos e procedimentos investigatórios de homicídios instaurados até 31 de dezembro de 2007 e ainda em aberto, mais de 430 procedimentos policiais administrativos foram analisados pela Comissão de Inquérito no período de três meses em regime de mutirão.
Na ocasião, dos 264 homicídios analisados, 155 foram dolosos, 22 culposos, além de 54 tentativas de homicídios e 33 referentes a outros tipos de crime contra a vida (suicídio, afogamento).
HISTÓRICO - De acordo com o Mapa da Violência 2011, estudo realizado pelo Instituto Sangari, com base em informações do Ministério da Justiça, o número de homicídios no Estado teve uma variação de -20%, caindo de 132 em 1998 para 105 em 2008. O maior número foi registrado em 2009, 154 homicídios.
Considerados esses números em relação a cada 100 mil habitantes, a taxa resultante deixa Roraima em 16º lugar no ranking das federações, em 1998, passando para 4º lugar em 2008.
Com relação aos homicídios juvenis, nesta década o Estado conseguiu reduzir significativamente as mortes de jovens de 15 a 24 anos. O número passou de 45 em 1998 para 15 em 2008, uma variação de -66%

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