13 de abril de 2011

Violencias nas Escolas:


  Miriam Abramovay | Gazeta do Povo  PR

Falta preparo contra a violência

Priscila Forone / Gazeta do Povo

Priscila
Orlando Kissner / SMCS

Orlando

Pesquisa da Unesco mostra que 35% dos estudantes já viram armas em colégios de seis capitais brasileiras; professores devem ensinar alunos a lidar com as diferenças Como agir
Diante desse cenário, a ação dos professores é fundamental. A socióloga e professora da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso) Miriam Abramovay, uma das coordenadoras da pesquisa da Unesco de 2006, diz que o início da mudança passa pela capacitação dos professores. Há um menu de coisas a serem feitas. Porém deve se entrar muito forte nesses termos, dando ênfase aos diagnósticos e pesquisas , defende.
A coordenadora técnica do Projeto Não Violência, Adriana Cristina de Araújo Bini, tem opinião semelhante. Ela argumenta que professores devem ensinar os alunos a lidar com as diferenças. Não existe ambiente pacífico ideal, a gente trabalha com a ideia de que a paz possível leva em conta o conflito como parte das relações humanas , diz. Na avaliação dela, envolvida no projeto há 13 anos, os professores e funcionários não estão capacitados a trabalhar com essa diretriz. É preciso criar espaços de diálogo, onde o professor não tenha que arbitrar, mas deixar que as partes envolvidas cheguem a um consenso , afirma.
Crítica
Janeslei Albuquerque, secretária educacional do sindicato dos professores da rede estadual de ensino (APP-Sindicato), critica a formação dos professores. Está voltada para a escola ideal, o aluno ideal da classe média e branco e de uma família escolarizada. Isso não existe , comenta. Além de nós termos sofrido uma tremenda precarização das condições de trabalho, vive-se hoje a falta de qualidade na formação dos professores.
Em tese, um professor capaz de trabalhar com as diferenças ajudaria a tornar a escola um espaço de proteção. É a única instituição social a que crianças, adolescentes e jovens têm acesso. Quando a violência atinge índices elevados, a aprendizagem se perde , diz Janeslei.
A violência não se forma na escola, mas é reflexo da sociedade. Nesse sentido, não cabe somente à instituição escolar resolver o problema, na opinião da professora Marta Vanelli, secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Para ela, a solução para o problema passa por políticas públicas e maior envolvimento com a comunidade. Não há uma fórmula , diz. Cada escola tem que chamar a comunidade, discutir o regimento de maneira coletiva e seu projeto pedagógico, no qual alunos e pais se sintam envolvidos em cuidar da própria escola.
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Interatividade
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