12 de abril de 2011

A Tragedia de Realemgo: País abalado por tragédia


12 de abril de 2011
  Diário de Pernambuco |
País abalado por tragédia

As cenas de consternação e solidariedade que marcaram, na última sexta-feira, o sepultamento de estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, vítimas, na véspera, de uma chacina praticada por ex-aluno do estabelecimento que o invadiu fortemente armado, matando adolescentes que um trágico destino colocou em seu caminho - em crime sem antecedentes no país e cuja repercussão nacional e no âmbito externo reflete o impacto que causou - mostraram o quanto a antiga capital da República sofreu, diante do brutal acontecimento, que deixou um rastro de tristeza afetando as diferentes camadas da população. A tragédia abalou o Brasil. Nesse sentido, o luto oficial de sete dias decretado no Estado e no Município exprimiu, como não poderia deixar de ocorrer, o sentimento de toda a sociedade em hora de tamanha adversidade e que surpreendeu o Rio de Janeiro, justamente numa fase em que passos significativos foram dados com relação ao combate à violência e à pacificação de áreas antes dominadas pelo tráfico.
O governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, assegurou todo o apoio à assistência a ser dada aos meninos e meninas que sobreviveram, tanto os feridos quanto os não feridos, já que neste turno da manhã havia 400 crianças e adolescentes matriculados na referida unidade escolar. Por sua vez o prefeito da cidade, Eduardo Paes, declarou: "Nossa preocupação a partir de agora é com esse lugar tão especial que é a escola e para isso vamos trabalhar para voltar à normalidade o mais rápido possível. Toda a equipe de assistência social já está em contato com as famílias dessas crianças".
De sua parte, o sargento Márcio Alexandre Alves, cuja atuação foi decisiva para interromper a sanha homicida do atirador, alvejando-o antes do suicídio que se seguiu, afirmou: "Só lamento não ter chegado uns cinco minutos antes à escola. Poderia ter evitado tantas mortes de crianças. Não me sinto herói. Fiz o que aprendi: proteger a sociedade. A sorte das crianças que sobreviveram foi estarmos próximo dali, participando de uma blitz. Não fôssemos rápidos e aquele atirador teria matado muito mais jovens".
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que em fevereiro, no lançamento do relatório denominado Mapa da Violência, apontara o desarmamento da população como uma das prioridades de seu ministério, disse agora, após esse massacre dos estudantes, em Realengo: "Acho que temos uma cruzada pela frente. O Ministério da Justiça lançará uma campanha pelo desarmamento. Temos de lutar muito fortemente para que pessoas, muitas vezes fora de suas faculdades mentais, cometam esse tipo de atrocidade". Na mensagem que igualmente, e a propósito, divulgou, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), repudiou o ataque à escola do Rio e se solidarizou com as famílias das vítimas, destacando ainda que "a escola deve ser um lugar para construir uma cultura de paz".
Na perspectiva de tal compromisso, que aí e a esse respeito se delineia, cumpre mobilizar todos os recursos materiais e humanos para neutralizar e reverter a espiral de violência onde quer que se manifeste. Para isso, se faz preciso adotar as medidas cautelares que as circunstâncias exigem, em meio à dor que se abateu sobre a família brasileira diante dessa tragédia, abrindo veredas para um futuro melhor e mais fraterno, que só a partir da escola pode ser instaurado.

Um comentário:

  1. Ao menos nossos governantes estão dando todo apoio a estas famílias e sei que logo apresentarão um plano de segurança para que coisas assim não voltem a acontecer ao menos no estado do RJ.

    ResponderExcluir