9 de abril de 2011

Nos EUA autores de tiros em escola são homens e vitimas de bullying

SÃO PAULO. Com um histórico de dezenas de "school shootings" nos últimos anos, o governo americano comissionou um estudo aprofundado para tentar entender o fenômeno e identificar sinais de alerta. Mesmo sem achar um "perfil único" de assassino, os especialistas identificaram padrões nos atentados a tiro em escolas. Em geral, os agressores são homens, não agem por impulso, dão pistas do que pretendem fazer, se sentem vítimas de bullying, perseguição ou agressão e tinham acesso prévio a armas. A característica mais prevalente foi a sensação de perda: 98% dos atiradores estavam abalados por uma morte, pelo fim de um relacionamento ou a perda de status.
Elaborado pelos departamentos de Educação e Serviço Secreto do governo dos Estados Unidos após o atentado de Columbine, o relatório final da "Iniciativa Escolas Seguras", concluiu ser um engano tentar "perfilar" um atirador em potencial a partir de dados demográficos, sociais, pessoais ou escolares. Nos 37 casos (1997-2000) estudados, por exemplo, a maioria dos assassinos tinha bom desempenho escolar e socialização ampla _somente um terço era considerado "solitário".
"A maioria dos agressores, aparentava ter dificuldade em lidar com perdas, fracassos pessoais ou outras circunstâncias difíceis. Quase todos passaram ou sentiram alguma grande perda antes do ataque (98%). Isso inclui a percepção de fracasso ou perda de status (66%), a perda de alguém amado ou de um relacionamento, inclusive romântico (51%)", diz o relatório.
Além disso, a sensação de vitimização foi um achado prevalente: 71% dos atiradores se sentiam atingidos pelo "bullying" ou algum tipo de perseguição ou agressão. Porém, o estudo não é conclusivo sobre a causalidade entre o assédio sofrido e a decisão de atacar o colégio. Mais de metade dos assassinos tinham um interesse variado em violência _principalmente em suas próprias escritas. Mas menos de um terço tinha histórico prévio de agir de forma violenta.
Em quase todos os casos, os pesquisadores descobriram que o ataque foi planejado: "Os incidentes de violência direcionada ao colégio raramente são atos repentinos ou impulsivos". A variante sempre foi o tempo de planejamento e o tempo passado entre a meta e a execução do plano. As motivações geralmente eram múltiplas, mas a mais comum, em 61% dos casos, foi a "vingança".
Quase dois terços dos atiradores tinham histórico de uso de armas, sendo que 59% tinham experiência com revólveres. O acesso também foi facilitado: 68% conseguiram a pistola utilizada em suas próprias casas ou na de um parente.
Sinais de alerta
Mesmo com a característica de ser um crime "surpresa", na grande maioria dos casos houve um alerta: 81% dos atiradores falaram com pelo menos uma pessoa sobre seus planos, geralmente um colega ou irmão. Mas a informação não chegava a um adulto ou responsável. Ainda assim, grande parte dos atiradores (88%) eram motivo de preocupação por parte de um adulto devido a algum comportamento anormal.
O relatório também revela que nem todas as ações são individuais. Em 44% dos ataques, amigos influenciaram, encorajaram ou ajudaram no planejamento tático do crime.
SÃO PAULO. Com um histórico de dezenas de "school shootings" nos últimos anos, o governo americano comissionou um estudo aprofundado para tentar entender o fenômeno e identificar sinais de alerta. Mesmo sem achar um "perfil único" de assassino, os especialistas identificaram padrões nos atentados a tiro em escolas. Em geral, os agressores são homens, não agem por impulso, dão pistas do que pretendem fazer, se sentem vítimas de bullying, perseguição ou agressão e tinham acesso prévio a armas. A característica mais prevalente foi a sensação de perda: 98% dos atiradores estavam abalados por uma morte, pelo fim de um relacionamento ou a perda de status.
Elaborado pelos departamentos de Educação e Serviço Secreto do governo dos Estados Unidos após o atentado de Columbine, o relatório final da "Iniciativa Escolas Seguras", concluiu ser um engano tentar "perfilar" um atirador em potencial a partir de dados demográficos, sociais, pessoais ou escolares. Nos 37 casos (1997-2000) estudados, por exemplo, a maioria dos assassinos tinha bom desempenho escolar e socialização ampla _somente um terço era considerado "solitário".
"A maioria dos agressores, aparentava ter dificuldade em lidar com perdas, fracassos pessoais ou outras circunstâncias difíceis. Quase todos passaram ou sentiram alguma grande perda antes do ataque (98%). Isso inclui a percepção de fracasso ou perda de status (66%), a perda de alguém amado ou de um relacionamento, inclusive romântico (51%)", diz o relatório.
Além disso, a sensação de vitimização foi um achado prevalente: 71% dos atiradores se sentiam atingidos pelo "bullying" ou algum tipo de perseguição ou agressão. Porém, o estudo não é conclusivo sobre a causalidade entre o assédio sofrido e a decisão de atacar o colégio. Mais de metade dos assassinos tinham um interesse variado em violência _principalmente em suas próprias escritas. Mas menos de um terço tinha histórico prévio de agir de forma violenta.
Em quase todos os casos, os pesquisadores descobriram que o ataque foi planejado: "Os incidentes de violência direcionada ao colégio raramente são atos repentinos ou impulsivos". A variante sempre foi o tempo de planejamento e o tempo passado entre a meta e a execução do plano. As motivações geralmente eram múltiplas, mas a mais comum, em 61% dos casos, foi a "vingança".
Quase dois terços dos atiradores tinham histórico de uso de armas, sendo que 59% tinham experiência com revólveres. O acesso também foi facilitado: 68% conseguiram a pistola utilizada em suas próprias casas ou na de um parente.
Sinais de alerta
Mesmo com a característica de ser um crime "surpresa", na grande maioria dos casos houve um alerta: 81% dos atiradores falaram com pelo menos uma pessoa sobre seus planos, geralmente um colega ou irmão. Mas a informação não chegava a um adulto ou responsável. Ainda assim, grande parte dos atiradores (88%) eram motivo de preocupação por parte de um adulto devido a algum comportamento anormal.
O relatório também revela que nem todas as ações são individuais. Em 44% dos ataques, amigos influenciaram, encorajaram ou ajudaram no planejamento tático do crime.
O Globo

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