12 de abril de 2011

Áqua que e quero sempre

12 de abril de 2011
| Estado de Minas | Turismo | MG

Água na Oca/Divulgação

Última fronteira: deitados em colchões de água, visitantes veem vídeo e têm a sensação de estar no fundo do mar
Exposição no Parque do Ibirapuera mostra, com recursos tecnológicos avançados, o que acontece com os recursos hídricos do planeta e qual é a responsabilidade de cada um - Marlyana Tavares São Paulo quase sempre nos parece como apenas uma metrópole poluída, cheia de gente, trânsito caótico, entre outras verdades e mitos. Mas, se você está disposto a ter um outro olhar sobre a cidade que nunca parece dormir, boas surpresas surgem. Uma delas, que fica em cartaz até 8 de maio, é a exposição Água na Oca, no Parque do Ibirapuera, em Vila Mariana. No último domingo do mês, quando a entrada é franca, a fila se torna quilométrica e é preciso mais do que uma boa dose de paciência para visitar a exposição. Segundo o curador científico da mostra, Mário Domingos, de 47 anos, mais de 90 mil pessoas já passaram por lá desde a abertura, em novembro. A dica é fugir deste dia e pagar o ingresso de R$ 20/adulto. Pode apostar: vale cada momento passado dentro do Pavilhão Lucas Nogueira Garcez (a Oca), pela inventividade da mostra, pela quantidade de informações e pelo show de tecnologia empregado nas instalações.
Vivendo em São Paulo há pouco mais de um ano, a mineira Marília Coutinho, de 25 anos, se deliciou com as duas horas que passou percorrendo os três andares da exposição. "Saí de lá com a sensação de que cada pessoa pode fazer a diferença para conservar o que a humanidade tem de mais precioso, que é a água", disse ela, que adorou também a ideia de interatividade que permeia a mostra. Marília se divertiu calculando o consumo de água na Máquina de calculágua, na seção Mundo d"água, onde os visitantes, podem ver quanto de líquido gastam em suas atividades diárias e o que podem fazer para economizar. Já na Balança d"água, a brincadeira é tentar equilibrar o dispositivo com unidades que contenham percentagens parecidas do líquido no corpo. Assim, ficamos sabendo, por exemplo, que uma mulher adulta tem o mesmo percentual de água que uma barata: 60%.
Dali pode-se observar a faixa de aquários com mais de 60 peixes que vivem em sete ecossistemas: do Rio Negro, no Brasil, à bacia do Congo, na África. Em outro aquário, este virtual, uma sensacional montagem mostra, por meio de projeções, os minúsculos bichos que habitam ambientes aquáticos como mangues. Há também canoas, remos e miniaturas de embarcações de várias épocas. No mesmo espaço, as janelas redondas da Oca, um dos prédios projetados por Oscar Niemeyer para o parque, servem para projeção de vídeos sobre energia do mar, o novo curso do Velho Chico, as correntes de navegação, a água espacial,etc.
Uma das seções que fazem mais sucesso é a Última fronteira, no segundo andar, onde o visitante se deita em colchões d"água e assiste a um vídeo que o transporta a várias camadas dos oceanos, desde cenários com milhões de peixes coloridos até zonas abissais com suas criaturas luminosas. No final do vídeo, há uma mensagem educativa sutil: uma montanha de lixo, com sacolas plásticas caindo do alto, mostra que o fundo do mar está sendo povoado por algo bem menos inocente do que seres marinhos.
Na seção Infiltração, é apresentada a relação entre a água e a cidadania, as políticas ambientais e a fragilidade do ser humano diante das catástrofes que podem ser evitadas. Na Casa de Água, feita de caixotes de papelão e madeira, o visitante tem a sensação de estar à mercê de uma enchente. Neste ponto, os monitores (são 40) explicam às crianças que um simples papelzinho de chiclete jogado "inocentemente" da janela de um carro vai parar na boca de lobo, que vai entupir as galerias pluviais e provocar as enchentes.
No subsolo, a seção Desaguar dá lugar à criatividade de artistas plásticos, com instalações belas e lúdicas. O Zero hidrográfico, por exemplo, dos artistas Leandro Lima e Gisela Motta, mostra o movimento das ondas do mar, numa montagem luminosa. As crianças são as que mais se esbaldam com a instalação Água, de Rejane Catoni, Raquel Cogan e Leonardo Crescenti, que permite deslizar descalço sobre uma superfície que lembra um lago congelado.
E quem pensa que só de problemas trata a exposição está enganado. Há saídas apontadas, por exemplo, para gastar menos água no banheiro, com uso de reservatório especial que evita dispêndio de água tratada na descarga. "A preocupação desta exposição é mostrar o papel de cada um em relação à água. As pessoas saem sensibilizadas, ficam pensando sobre isso, acredito que o retorno é muito positivo", afirma, adiantando que há disposição de trazer a mostra para Belo Horizonte, desde que se encontrem parceiros.
Serviço Água na Oca
Pavilhão Lucas Nogueira Garcez (Oca)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3, Parque do Ibirapuera, Vila Mariana
Horários
Terças, quartas e sextas-feiras, das 9h às 18h (bilheteria até as 17h)
Quintas-feiras: das 9h às 21h (bilheteria até as 20h)
Sábados, domingos e feriados: das 10h às 20h (bilheteria até as 19h)
Não abre às segundas-feiras
Ingressos
Inteira: R$ 20
Estudantes e professores com comprovantes: R$ 10 (meia-entrada)
Menores de 7 e maiores de 60 anos com documento não pagam. No último domingo de cada mês, a entrada é gratuita para todos os visitantes.
Quem faz
Sob curadoria geral de Marcello Dantas, a exposição é realizada pelo Instituto Sangari, em parceria com o Museu de História Natural de Nova York. É apresentada pela IBM e pela Petrobras e também iniciativa do Movimento Cyan da Ambev. Conta com patrocínio do Bradesco e copatrocínio de Volkswagen e Tejofran
Na internet www.aguanaoca.com.br

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