7 de julho de 2010

O que revela o Ideb do DF


  • Marcelo Aguiar

  • Secretário de Educação do Distrito Federal

    O MEC divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb. É importante ressaltar que a avaliação da educação é um instrumento para que os gestores possam orientar e propor medidas específicas para a evolução da eficiência do sistema escolar. As avaliações são preciosas, também, para professores, diretores regionais de ensino e escolas, pois permitem acesso a um diagnóstico dos problemas e à revelação da evolução do aprendizado dos estudantes.

    O Ideb das séries iniciais do ensino fundamental do DF foi o maior entre os de todas as unidades da Federação. Observa-se que houve melhorias no fluxo educacional, com menos reprovações, e no desempenho escolar em português e em matemática.

    No DF, em 2009, a nota média dos estudantes de 4ª série ou 5º ano em língua portuguesa teve uma evolução constante e consistente. Saímos de 193 pontos em 2005 para 206 em 2009, ultrapassando em seis pontos o mínimo aceitável e evoluindo 13 pontos ao longo do período. A excelente notícia, portanto, é que o DF ultrapassou o patamar no desempenho em português.

    O Ideb indica também que houve evolução nos anos finais do ensino fundamental no DF. Nossos índices passaram do terceiro lugar, em 2007, para o segundo lugar entre as unidades da Federação, em 2009.

    A nota média em português nos anos finais do ensino fundamental, no DF, foi de 252,7; 8,7 pontos superiores à média nacional, mas 22 pontos menores que o mínimo esperado. Em matemática, foi constatada uma média de 262,5 pontos, superior em 14 pontos à média nacional, porém, ainda inferior em 37 pontos à nota mínima desejável.

    Sobre o ensino médio, as notícias não são tão boas em todo o país. Parece haver uma crise nacional nessa etapa de ensino. O DF, em relação ao apurado para o Ideb, passou do primeiro para o quarto lugar entre os estados federados. O índice apurado foi de 3,8, apenas 0,2 ponto acima do Ideb nacional. Há pouco avanço entre os anos 2005 e 2009 para os índices do Brasil e do DF.

    A taxa de aprovação brasiliense no ensino médio, um componente no cálculo do Ideb, foi apenas levemente superior à nacional, com 76,6%, saindo de um patamar de 70,7%, em 2005. Em português, a nota média do DF foi de 278,9 pontos, superior em 10 pontos a média nacional, porém inferior em 22 pontos a média mínima sugerida pelo movimento Todos pela Educação. Houve uma queda no desempenho médio do DF, em português e em matemática.

    O índice produzido pelo MEC é muito rico como fonte de informações, merece ser estudado em detalhes. Mas essa rápida leitura dos dados indica que é preciso continuar de maneira firme dando as condições para que o ensino fundamental tenha menos reprovações e mais crianças desenvolvendo habilidades e competências úteis para a vida estudantil.

    O esforço da Secretaria de Educação do DF está em consolidar a educação infantil para impactar positivamente os resultados de desempenho do ensino fundamental, ampliar e fortalecer a educação integral e elevar de forma consistente o aprendizado, com qualificação e apoio aos diretores e professores diretamente nas escolas que apresentarem os resultados mais preocupantes.

    No caso do ensino médio, a literatura especializada mostra que é preciso fomentar o ensino técnico e profissional, flexibilizar e diversificar os cursos regulares, tornando-os mais adequados às demandas dos estudantes. Os exemplos internacionais mostram que boa parte da oferta de ensino médio tem uma formação profissionalizante. Esse é o caminho a ser adotado no DF: amplo incentivo à educação profissional de nossos jovens e recuperação da qualidade do aprendizado. Entretanto, é preciso enfatizar que a melhoria substancial do ensino médio passa por uma reforma nacional tanto da estrutura e do funcionamento dessa etapa de ensino quanto dos objetivos, das diretrizes e dos conteúdos curriculares.

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