11 de abril de 2010

Folha de Pernambuco
A Questão da Educação
do Jovem Brasileiro

Maviael Cavalcanti * Muito tem se discutido no Brasil a questão da educação. Estudos, pesquisas, recursos humanos, qualidade do ensino, público atendido, prioridades, condições salariais, escolas técnicas e tantas outras variáveis. Educação de qualidade, como todos sabem, é o alicerce para o desenvolvimento. É a base para a melhoria da qualidade de vida e a construção de uma sociedade equilibrada. Pesquisas recentes mostram que a população considera como seus principais problemas, pela ordem, a violência / insegurança, saúde e o desemprego. Pois bem, a solução desses graves problemas que afetam o povo de Pernambuco e do Brasil, passa pelo equacionamento da educação. Povo educado e preparado caminha para o trabalho e para a produção, saindo da violência. Educação com qualidade contribui para minimizar os problemas da saúde pública e ao mesmo tempo viabiliza o emprego de qualidade, àquilo que todo jovem aspira e necessita.

Mas não é isto que vem acontecendo no Brasil dos últimos tempos, até porque o afrouxamento da gestão pública e as dificuldades relacionadas à administração do setor público, fruto do trabalho de desmonte da gestão que o PT vem fazendo no Brasil, contribui para agravar o desempenho da máquina pública, hoje a serviço do empreguismo e da cooptação do voto com grandes prejuízos para a educação e os demais setores. Gasta-se muito em custeio em detrimento de pouca coisa em termos de qualidade administrativa e de investimento. Segundo o IPEA, respeitado órgão técnico do Governo Federal, conforme estudo recentemente publidado sob o título "Juventude e Políticas Sociais no Brasil" - JC de 20/01/2010, conclui-se a existência de: altas taxas de evasão escolar; escassas oportunidades de trabalho; índices alarmantes de mortes precoces do jovem e tantos outros fracassos sobretudo na faixa etária de 15 a 29 anos.

Apenas 48% dos jovens de 15 e 17 anos, em 2007, cursavam o ensino médio e somente 30% tinha ensino médio completo. Na faixa de 18 a 24 anos, o estudo constatava que 65% dessas pessoas estavam fora da escola. No estrato de 25 a 29 anos, só 9,4% tem curso superior completo, abaixo da meta de 30% estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE). Isto coloca o Brasil em posição desfavorável (88ª posição) entre 128 países, conforme a UNESCO. Conclusão relevante da pesquisa é que é necessário se intensificar ações de Governo visando a redução das disparidades regionais, inclusive no Nordeste. É preciso que sejam ampliados os investimentos no setor, beneficiando o jovem. O Governo investe em educação mais de 4,0% do PIB, gasto expressivo, que não vem dando o retorno adequado, levando-nos a concluir que o Brasil é um dos países que menos investe no ensino fundamental e um dos que mais gasta no ensino superior.

A gestão pública na educação tem sido marcada pela quantidade, sem, no entanto, cobrar qualidade. Tudo isto é conseqüência da ineficácia da ação do Poder Público, que arrecada muito do contribuinte e gasta mal, comprometendo resultados e sacrificando a sociedade.

* Deputado Estadual.


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